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Debate marca lançamento da Frente Estadual Contra Lei da Mordaça



Data: 10/08/2016

A Frente Estadual Contra Lei da Mordaça, da qual a ADUA faz parte, foi lançada com um grande debate, no auditório da seção sindical, na manhã desta quarta-feira (10). Durante o lançamento, representantes de entidades sociais e sindicais destacaram os riscos que a aprovação do projeto representa para as conquistas já obtidas, ao longo dos anos, por docentes, mulheres, LGBT’s e negros.

Representante do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA) e do movimento Mulheres pela Democracia, a professora Eglê Wanzeler chamou a atenção para a impossibilidade de dissociar a discussão dos Projetos de Lei nº 867/2015 e nº 193/2016 do cenário político atual do Brasil, caracterizado por um golpe em curso.

“Não há como discutir esse PL sem vinculá-lo ao golpe que estamos vivendo. Isso me parece fazer parte de um projeto de dominação maior. Nós precisamos ter essa clareza para que não se polarize as discussões e a resistência”, afirmou.

A docente ressaltou ainda o impacto das propostas de retirada de autonomia pedagógica e de conteúdo e pensamento crítico sobre as mulheres, vítimas do pensamento conservador que ainda resiste na sociedade. O destaque foi acompanhado pela professora de História da rede básica e membro do Fórum Permanente de Mulheres de Manaus (FPPM), Francy Júnior.

“Em algumas aulas, na escola pública, eu mostro para os meus alunos o trecho de um espetáculo de alguns anos atrás, para mostrar a realidade das nossas casas e da violência contra meninas, mulheres e adolescentes. Como a Lei da Mordaça vai me impedir de fazer uma coisa dessas? Como eu vou entrar num tema desse sem ter autonomia na sala de aula?”, questionou.

Com uma encenação do trecho de uma peça teatral, Francy Júnior propôs aos participantes do debate a reflexão sobre o retrocesso que a “Lei da Mordaça” representa no campo da discussão, em sala de aula, de temas como a violência sexual intrafamiliar.

O membro coletivo ‘Vem Pra Luta pela Educação, Jonas Araújo, também fez duras críticas ao programa Escola sem Partido. “O Estado burguês quer um modelo de professor, um modelo de estudante e um modelo de eleito. Esse projeto vai nos proibir enquanto docentes de sermos educadores”, destacou. Para ele, a classe trabalhadora precisa combater coletivamente a proposta.

“Nós estamos vivendo um período em que as ideias conservadoras, de um grupo elitista que sempre controlou o Estado brasileiro, de projeto de nação vai esmagar toda a luta da classe trabalhadora”, avalia. Ele citou como exemplo o caso da discussão sobre o Plano Nacional de Educação em vigência. “O PNE abriu precedente para a terceirização e para a parceria público-privada com recursos da escola pública. Está na hora de acordar!”, completou.

A Mesa Redonda, coordenada pelo historiador e membro do Movimento para uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS), Raoni Lopes, contou também com a participação de professores, estudantes, técnicos em educação, ativistas sociais, coletivos culturais, intelectuais e movimentos populares. Mais de 20 entidades compõem a Frente Estadual Contra Lei da Mordaça.

Ato Público

No Dia do Estudante, lembrado nesta quinta-feira (11), professores, técnicos em educação, graduandos de instituições públicas promovem ato contra a “Lei da Mordaça”. A manifestação contra o programa Escola Sem Partido, proposta que inspirou projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa do Amazonas está marcada para as 16h, na Praça da Polícia, no Centro. A iniciativa é da Frente Estadual Contra a Lei da Mordaça, lançada nesta quarta (10), na ADUA.

Fonte: ADUA



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