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No Amazonas, cortes afetam universidades



Data: 20/07/2016

Na Ufam, programas de pós-gradução  tiveram redução de 70% nos recursos, este ano, enquanto UEA diminuiu número de vagas no vestibular

Os projetos de pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que recebem recursos do Programa de Apoio à Pós-graduação (Proap) sofrerão um corte de 70%, neste ano, segundo  coordenadores da instituição, que lamentam a medida e temem prejuízos ao desenvolvimento do Ensino Superior no Estado.

As atividades da Ufam não são as únicas afetadas pelo atual momento econômico do País. Em junho, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) anunciou uma redução no número de vagas e cursos oferecidos no vestibular deste ano.

O Proap é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que auxilia na formação de recursos humanos, produção e aprofundamento do conhecimento nos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).

O curso de Sociologia é um dos que sofrerão os cortes. “A verba de apoio à pós-graduação, o Proap, sofreu um corte de 70% em 2016. É um dinheiro que ainda vai sair, não está na conta. Esse é o corte que todos os programas de mestrado e doutorado sofrerão. No nosso caso, iríamos receber uma verba de R$ 16 mil e vamos receber R$ 5 mil”, disse o coordenador do programa de pós-graduação de Sociologia, Marcelo Seráfico.

No curso de pós-graduação da área de Informática, os cortes também são lamentados. “No nosso caso, o corte impacta diretamente nas publicações do programa.”, disse o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI) da Ufam, Eduardo Luzeiro, acrescentando que o encurtamento da verba também deve impedir ou limitar a interação com pesquisadores de outros centros de estudo.

De acordo com a presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Guilhermina de Melo, os cortes não afetaram apenas programas de pós-graduação, mas vêm afetando programas de monitoria, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibex).

“A precariedade já é tão grande com o quantitativo financeiro que é disponibilizado, tirando ainda mais, imagine como é que vai ficar. No meu departamento, de Biblioteconomia e Arquivologia, todas as bolsas de monitoria são só em nível voluntário. Pibic e Pibex são poucas”, afirmou.

Para Melo, os cortes tendem a prejudicar o desenvolvimento dos alunos e professores das universidades públicas e do Ensino Superior como um todo. “Quem vai sair perdendo é a própria academia e a sociedade. É preciso começar a repensar a visão da educação que nós queremos pro nosso País”, destacou.

Em nota, a Ufam  confirmou que planilha remetida pela  Capes aponta  um corte de 75% em relação ao orçamento de 2014.  Segundo a instituição, o  presidente da Agência, Abílio Baeta Neves, afirmou que lutará pela recomposição do orçamento da Capes.

A universidade informou, ainda, que os coordenadores de todos os programas de pós-graduação foram orientados a utilizar o montante dos recursos disponível de acordo com as prioridades por eles escolhidas.

Vestibular da UEA terá menos cursos e vagas, este ano

Pela primeira vez, desde 2012, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) vai reduzir o número de vagas no vestibular da instituição, por causa da crise financeira do Estado, segundo informou o pró-reitor de graduação da UEA, Luciano Balbino, em junho. No edital de 2015, a universidade ofereceu 4.605 vagas. Em 2016, serão cerca de 1.300 vagas a menos.

Desde 2012, conforme informou Balbino, a UEA estava ampliando, em 30% a cada ano, o número de vagas nos cursos especiais, que, segundo a instituição, são cursos tecnológicos e licenciaturas com menor duração, oferecidos especialmente para a necessidade de cada município, e não integram a grade regular.

Fonte: D24 AM



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