16/09/2024

ADUA participa de seminário do ANDES-SN sobre a COP 30 em Belém

Com tema central “A [re]existência a partir da Amazônia: diálogos, desafios e lutas!”, foi realizado de 04 a 06 de setembro um evento triplo do ANDES-SN na Universidade Federal do Pará (UFPA), campus Guamá, em Belém.  A programação incluiu o Seminário Nacional sobre a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o Encontro das Regionais Norte 1 e Norte 2 do Sindicato Nacional, além da Reunião do Grupo de Trabalho de Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA). Docentes que integram a ADUA estiveram presentes nas atividades.

O docente da Ufam/INC, Max Pinheiro, destacou que os debates do primeiro dia de atividade, que abordaram o meio-ambiente, a geopolítica e a Pan-Amazônia, com as falas da professora Sônia Magalhãese do professor da professora Aluizio Lins, foram essenciais para refletir sobre a exploração predatória na Amazônia e correlacionar à realidade no Alto Solimões, onde está localizado o campus da Ufam, em Benjamim Constant, região que sofre consequências negativas no período da vazante dos rios. 

Docentes  Aluizio Lins e Sônia Magalhãese foram palestrantes no encontro 

Um espaço para fortalecer a atuação conjunta com movimentos sociais e populares, foi como o presidente da ADUA, Jacob Paiva, definiu o seminário que reuniu cerca de 200 pessoas, entre docentes e estudantes. “O conjunto das nossas atividades está longe de querer substituir a luta dos movimentos sociais e populares. Esse encontro foi muito mais ligado às temáticas que envolvem a COP 30 no sentido de que nós somaremos com esses movimentos em uma provável participação do Sindicato Nacional na Cúpula dos Povos, movimento social de maior relevância política”.

O docente destacou ainda a importante da presença dos movimentos indígenas e quilombolas nas mesas de debate, o que enriqueceu muito além da discussão sindical da categoria docente. “Creio que conseguimos aprofundar mais algumas temáticas com diferentes visões, especialmente das comunidades tradicionais, acredito que isso enriqueceu muito além do debate sindical”, enfatizou Jacob.

O evento também foi uma oportunidade de avaliar os avanços do Plano de Lutas discutido no 67º Conselho do Sindicato Nacional (Conad) do ANDES-SN, realizado de 26 a 28 de julho de 2024.  Paiva observou que o acompanhamento pelas regionais tem fortalecido as seções sindicais, sobretudo aquelas com dificuldades de organização. “Outro ponto em destaque com os encontros regionais foi dialogar com os pares e conhecer ainda mais os processos da política nacional e as diferentes situações que as universidades vivenciam, enfrentando cortes de orçamento, perseguição e assédio”.

A reunião do GTPAUA, realizada no último dia do evento, também reforçou o protagonismo do ANDES-SN nas discussões que antecedem a COP 30 em 2025, em Belém. O encontro foi considerado ímpar devido ao contexto atual de queimadas e secas severas que afetam a Amazônia e o país como um todo.

O presidente do ANDES-SN e integrante da coordenação do GTPAUA, Gustavo Seferian, alertou para a situação crítica que a Amazônia enfrenta. “O modo como a Amazônia hoje agoniza em secas e queimadas, tornando irrespirável, não só para a humanidade, mas para o conjunto da vida, nesse que é, sem sombra de dúvida, um dos espaços com maior biodiversidade e de sustentação da continuidade da vida no planeta, é algo que reclama de nós, nesse território, seguir articulando as nossas lutas e a construção de um novo futuro”.

A docente do SindUEA, Ceane Simões, também destacou a centralidade da Amazônia nas discussões. Segundo ela, o tema “reverbera as questões fundamentais dialogando com os povos tradicionais da Amazônia, pensando na Amazônia, seus povos e natureza”.

Nos três dias de atividades houve intensa programação. No dia 04 de setembro as atividades começaram com apresentações culturais do grupo Toró-Açú, do quilombo do Abacatal, seguida da mesa de debate “Meio-ambiente, Geopolítica e Pan-Amazônia - uma discussão necessária”, com o docente aposentado Aluízio Lins e a docente aposentada Sônia Magalhães, ambos da UFPA. Ao final foi realizada uma roda de carimbó com o grupo Iaçá.

Docentes e estudantes estiveram presentes nos três dias no Seminário 

No segundo dia de evento (5 de setembro), a programação incluiu a mesa “COP 30 e contribuições do movimento sindical docente”, com a participação de Gustavo Seferian (Presidente do ANDES-SN), Dulcideia Palheta (UFPA), Alexandre Costa (UECE) e Letícia Mamed (UFAC). À tarde, o debate se voltou para a mesa “Crise civilizatória e eventos Climáticos Extremos”, com a presença de representantes indígenas e lideranças de movimentos sociais, como Josilene Nunes (APYEUFPA), Charles Trocate (MAM), o cacique Jairo Munduruku e a afro-indígena Yaô Makini, que chamou atenção para o fato de que se os recursos naturais do planeta forem sofrerem apenas exploração e nenhum cuidado, consequentemente o mundo será destruído.

Já no último dia (06 de setembro), pela manhã, ocorreram simultaneamente as reuniões do GTPAUA e das seções sindicais das Regionais Norte 1 e Norte 2. À tarde, foi realizado um Cine Debate com o filme “Noites Alienígenas”, com participação de Aiyra Amana Tupinambá e Estevão Ribeiro, seguido de uma performance poética intitulada “Dicionário indígena”, feita por Estevão Ribeiro.

Assista ao vídeo com o resumo do que aconteceu nos três dias de intenso trabalho que teve a Amazônia na centralidade das mesas de diálogo, atividades culturais e reuniões.

Docentes que integram a ADUA 

Seminário teve participação de docentes de diversos estados 

Fonte: ADUA

Fotos: Sue Anne Cursino/Ascom ADUA