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Atual conjuntura impõe mais desafios à Educação, avaliam representantes de entidades do setor



Data: 06/05/2016

Os desafios da Educação no Amazonas e no país entram em pauta na noite desta sexta-feira (6), com a abertura do 2º Encontro Nacional de Educação (ENE) – Etapa Local, às 18h, na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O encontro continua neste sábado (7), das 9h às 18h, no Campus Universitário. Para representantes de entidades sindicais e sociais ligadas à Educação, a atual conjuntura impõe mais dificuldades ao setor.

O 1º vice-presidente do Regional Norte 1 do ANDES-SN, professor Tomzé Vale, avalia que a realização do ENE em meio a um cenário político indefinido não impõe mudanças quanto à luta dos educadores. “Independentemente das alternativas que aparecem na atual conjuntura, os desafios já estão colocados: a Educação vai ser atacada”, analisa. “Sobretudo quanto à autonomia e ao financiamento, eixos basilares da Educação pública”, lamenta.

Para a estudante da Ufam e integrante da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel), Débora Massulo, um dos eixos mais importantes do debate é “Acesso e Permanência”. “Os governistas alegam democratização da universidade e aumento no número de estudantes, mas muitos cotistas não conseguem se manter na instituição por falta de uma política de assistência estudantil”, disse, lembrando a recente experiência de um amigo que teve de abrir mão da faculdade e voltar ao mercado de trabalho, em virtude do corte de bolsas estudantis. “Ele não tem como se manter”, afirmou.

Na avaliação do professor da rede básica de ensino e integrante do Movimento de Oposição dos Professores da Educação Básica, Gilberto Vasconcelos, os desafios são os mesmos de 2014, porém aprofundados. “Está em curso uma tendência maior de desmoralização dos profissionais da educação, por meio de assédio e falta de respeito, por parte de quem dirige o processo educacional e ainda de gestores escolares”, denuncia. Para ele, não há outra saída: é preciso promover o combate sistemático dessas situações. “Que essa discussão irradie para as escolas e universidades”, completa.

O presidente da ADUA, professor Alcimar Oliveira, destaca que o encontro é um espaço político para a discussão de um direito fundamental e sempre negado. “O acesso à educação é condição indispensável para que esse país seja uma sociedade de direito, feita de cidadãos. Não podemos pensar na possibilidade de uma cidadania ignorante. A grande tragédia da educação brasileira reside, também, na falta de percepção política dessa tragédia. A miséria educacional é um dos mais graves passivos da imatura e frágil democracia brasileira”, assinalou.

O 2º ENE Amazonas é preparatório para a edição nacional do evento, programada para ocorrer de 16 a 18 de junho, em Brasília, e que este ano traz como tema “Por um projeto classista e democrático de educação”. O resultado da discussão local será encaminhado para o evento nacional, onde o Amazonas também terá representantes.

Fonte: ADUA



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