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Seminário: sindicalismo enfraquecido, mas com renovação



"Estamos em uma fase de inércia", disse Paulo Barela, da Conlutas


Como está o quadro atual de mobilização dos trabalhadores no Brasil? O tema tomou boa parte do debate na manhã do primeiro dia do 1º Seminário de Gestão Sindical Estratégica. O evento, promovido pela Adua, ocorre entre os dias 19 e 20 no auditório da sede. O seminário contou com presença de membros da diretoria, do Conselho de Representantes da Adua (Crad), e representantes de algumas associações e sindicatos parceiros.

Um dos convidados, Paulo Barela, coordenador do GT-Trabalhadores do Serviço Público da Conlutas, explicou que o movimento passa por um enfraquecimento se comparado ao dos anos 1980 porque os dirigentes foram incorporados pelo governo.

“Estamos em uma fase de inércia. O quadro também passa atualmente pelo ceticismo e abandono das perspectivas marxistas revolucionárias pelos mais velhos. Um setor amplo que foi incorporado ao regime burguês que está muito bem estabelecido no poder", disse. "Esse foi o maior crime que o Lula fez. Não se cria uma geração de lutadores de uma hora para outra”.

Mesmo assim, ele vê movimentações de lutas. “Ainda que minoritários, há embriões importantes de reorganização, como a Conlutas", avaliou. "A perspectiva é positiva. E o processo de lutas, quando a classe é atacada e reage, contribui para que o processo avance. Há burocratização em alguns setores do movimento e só o processo de luta real faz desmanchar”.

Renovação

Sávio Stoco
Nazareno Godeiro, do Ilaese, foi convidado para o evento


Mesmo que hoje a movimentação sindical não seja “exuberante” como na década de 1980, surgem experiências, de acordo com o assessor sindical Nazareno de Deus Godeiro, coordenador geral do Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-econômicos (Ilaese), de São Paulo.

“Na maioria das novas diretorias, a metade são de companheiros novos no movimento. Há uma renovação. Tem pessoas que falam que atualmente o movimento é pequenininho, está desunido, mas isso não é um problema. É importante que haja qualidade no entendimento das questões. O importante é que está havendo renovação, como posso ver aqui nesse auditório”, disse.

Ele comparou as lutas sindicais com uma maratona. “É diferente de uma corrida de 100 metros rasos. Se corrermos desabalados no início, ninguém chega ao final. É preciso qualidade porque essa é uma atividade perene", disse. "A participação das massas vai vir a qualquer momento. Engana-se quem pensa que os trabalhadores são fracos no Brasil. Somos 101 milhões”.

O evento segue à tarde, a partir das 14h. Às 16h, a Adua promove Assembleia Geral com os docentes. Na pauta, a escolha dos delegados ao 30º Congresso do Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).



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