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Temperatura registrada no Campus é 4 graus menor que no entorno da Ufam



Data: 22/03/2016

Quem deixa a Avenida General Rodrigo Otávio, única via de acesso à sede da Ufam, para entrar no Campus Universitário, já pode notar a diferença de temperatura logo no “Bosque da Resistência”, que antecede o portal da instituição. Não se trata só de uma sensação. Pesquisa constatou que a temperatura dentro do Campus apresenta redução média de 4 graus em comparação à registrada no entorno da universidade.

O resultado do trabalho, aliado a outras pesquisas, destaca o valor inestimável do Campus Universitário, considerado o maior fragmento florestal urbano do país (em cidades com mais de 1 milhão de habitantes) para a cidade de Manaus. A área verde da Ufam apresenta também outras características essenciais para a manutenção de um ecossistema equilibrado no perímetro urbano da capital, razão da importância da preservação desse patrimônio natural da cidade.

“Os fragmentos florestais em áreas urbanas, condições microclimáticas e a ação humana foram os aspectos analisados na fase inicial da pesquisa”, diz a finalista do curso de Geografia e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) Gabrielle Sant’Anna Mendes, autora do trabalho “Análise Climática do Campus da Ufam”.

As medições foram realizadas num único dia, das 8h às 18h. A partir dos dados obtidos na pesquisa, foi possível produzir um mapa de variação climática da área analisada, que inclui ainda dados de imagens captadas via satélite.

A temperatura máxima registrada no período entre 11h15 e meio-dia variou de aproximadamente 28º-29º (área florestal) a 32º-33º (área urbana). Durante o trabalho de campo, Gabrielle e uma colega utilizaram higrômetros e termômetros analógicos para verificar a mudança de temperatura.

“É uma contribuição inestimável que a área verde da Ufam fornece à população de Manaus, onde as temperaturas são elevadas na maior parte do ano”, observa a professora do departamento de Geografia e coordenadora do Comitê de Ciências Humanas do Pibic, Adorea Rebello.

Regeneração

Intitulada “Análise do uso do solo do Campus da Ufam Manaus e o Novo Código Florestal”, outra pesquisa, desenvolvida pela geógrafa Eliana dos Santos Brasil, identificou, no período de 2000 a 2012, uma redução significativa no desflorestamento de algumas áreas do Campus. Na área próxima à Associação dos Servidores da Universidade Federal do Amazonas (Assua), por exemplo, houve regeneração de mais de 30% da vegetação.

“Por outro lado, o setor Norte do Campus foi o mais atingido pela construção de novas unidades, pois não havia mais áreas disponíveis no setor Sul. Isso resulta, principalmente, da falta de planejamento no processo de expansão”, destaca Eliana. Com a construção dos novos prédios, a capa florestal retirada desses locais foi realocada para espaços já desmatados.

Eliana observa ainda que a regeneração natural contribuiu para a diminuição de zonas desmatadas. “Isso ocorreu no trecho onde se localiza o linhão energético, na entrada do Campus. Com ente”, explica. Devido a esses fatores, o nível de ocupação do solo na Ufam registra aproximadamente a metade (10%) do índice máximo estabelecido pelo Novo Código Florestal. Para chegar a tais resultados, Eliana utilizou, entre outros recursos, imagens de alta resolução fornecidas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).

As pesquisas foram apresentadas durante debate promovido pelo Movimento Educar para a Cidadania (MEC), no fim de novembro de 2015, no auditório da ADUA. A atividade foi organizada pela professora Adorea Rebello.
O professor do curso de Geologia da Ufam, Albertino Carvalho, destacou a importância dessas pesquisas no planejamento das ações da própria universidade. “É bastante comum encontrar análises voltadas à sociedade em geral. No entanto, faltam estudos que deem conta dos problemas que atingem nossa instituição”, observou.

Ele sugeriu ainda que os resultados dessas pesquisas poderiam fornecer subsídios para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), aprovado pelo Conselho Universitário em novembro. Mas, o tema não foi devidamente aproveitado pela instituição, que dedicou apenas uma página à questão ambiental na universidade no documento que estabelece diretrizes a serem desenvolvidas em uma década.

Fonte: ADUA



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