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  22/04/2024



Conflitos no campo batem recorde em 2023, aponta relatório da CPT



 

 

Os conflitos no campo bateram recorde em 2023 no Brasil. Foram registrados 2.203 conflitos por terra, água ou trabalhista. É o maior número já registrado desde o início do monitoramento em 1985, e as principais vítimas são indígenas, quilombolas, trabalhadores sem-terra, trabalhadores rurais e posseiros. O Norte e Nordeste são as regiões com maior concentração dos conflitos com, respectivamente, 810 e 665 ocorrências. Os dados são do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado na segunda-feira (22).

 

O número de conflitos por terra, água ou trabalhista em 2023 representa alta de 8% em relação ao ano anterior. No total, 92% desses conflitos são relativos a violências contra pessoas, ocupações e posses, o que inclui constrangimento ou danos materiais causados às famílias. 

 

“O Estado não protege a vida e nem garante as condições necessárias para a produção e a reprodução da vida em territórios livres da ação do agronegócio. Pelo contrário, continua fomentando a violência contra as comunidades por meio do direcionamento das forças policiais e paramilitares”, afirma o relatório Conflitos no Campo.

 

A terra está mais uma vez no centro da maior parte dos conflitos. Foram 1.724 disputas por terra, 78,2% do total registrado. Os principais motivos dos conflitos são invasão (181); pistolagem (165); grilagem (86); desmatamento ilegal (67); incêndios (34) e contaminação por agrotóxicos (21). Fazendeiros (31,2%), empresários (19,7%) e grileiros (9%) são responsáveis por 59,94% de todos os casos de violência registrados em 2023.

 

Para a CPT, apesar de ter havido diminuição na violência por parte do governo federal após a posse de Lula, permaneceu a estagnação quanto à reforma agrária e à demarcação de terras indígenas. A Comissão lembra ainda que a aprovação da tese do Marco Temporal influenciou no contexto da violência no campo.

 

Apesar do aumento da violência, o número de mortes apresentou queda. Foram 31 assassinatos, o menor registro desde 2020. Em 2022, o total de mortes foi de 47. No entanto, na chamada região Amacro (que abrange 32 municípios do Amazonas, Acre e Rondônia), o número de assassinatos foi mantido. As(os) indígenas foram maioria entre as mortes (14), seguidos por sem-terra (9), posseiros (4), quilombolas (3), e funcionário público (1).

 

 

Acesse o relatório completo aqui

 

Fontes: com informações do UOL, CSP-Conlutas e da CPT



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