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  12/03/2024



Docentes e estudantes relatam à ADUA problemas estruturais na Ufam com impacto no ensino



 

 

Cerca de 30 docentes e estudantes dos cursos de Geologia, Geografia e Biologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) se reuniram na tarde de segunda-feira (11) com a ADUA para apresentar uma série de problemas estruturais que vêm enfrentando e têm impactado o ensino, a pesquisa e a extensão na Universidade. Entre as questões relatadas estiveram transportes sucateados para realização de trabalhos de campo; aparelhos de ar-condicionado inoperantes; cadeiras e pisos das salas de aulas quebrados; panes elétricas e falta de água.

 

Uma das principais reclamações foi a falta de transportes para a realização de trabalhos de campo. “É todo um trabalho burocrático, fazemos as solicitações, mas não sabemos se vamos conseguir lá no final, muitas vezes é uma perda de tempo, isso é uma falta de respeito”, afirmou o professor do Departamento de Geociências do Instituto de Ciências Exatas (Degeo/ICE), Lucindo Fernandes Filho.

 

 

Segundo os relatos, os ônibus são antigos e apresentam pane mecânica com frequência. “Quando conseguimos o transporte muitas vezes eles não têm ar-condicionado e vão falhando pelo caminho, é um problema antigo, é acintoso”, disse a professora do Degeo/ICE, Rosemery da Silva. A sensação de estar correndo riscos foi citada pelos docentes, que afirmaram ainda estar “à beira do desespero” e “indignadas e indignados” com as condições enfrentadas na Ufam.

 

Além da questão do transporte sucateado, as professoras e os professores relataram ainda à Diretoria da ADUA uma série de outros problemas estruturais. “É desde a coisa mais simples como falta de água, de cadeiras, de salas de aulas, outras com piso quebrado, elétrica dando pane, problema com ar-condicionado... A Universidade precisa assumir a responsabilidade”, afirmou Lucindo Filho.

 

Os(as) professores(as) e discentes afirmaram que solicitaram a audiência com a Diretoria da ADUA para pedir ajuda sobre como proceder para obter as condições dignas para o ensino na Universidade. “Seguimos os protocolos, todos os trâmites foram cumpridos via SEI [Sistema Eletrônico de Informações], conversas com reitor, pró-reitor e direção do ICE, diversas ordens de serviços foram abertas... falta interesse da Administração Superior”, afirmaram.  

 

 

Presente também na reunião, a professora do Degeo/ICE, Valquíria Barbosa, afirmou que a questão na universidade é crônica. “É um problema sério, falta a reitoria assumir o papel de gestor, chegou ao limite, ao inaceitável, não temos condições decentes nos laboratórios, nem vivência de campo, como desenvolver as atividades? Como ter um ensino nessa universidade? estou indignada”, disse.

 

Os(as) docentes contaram que já desenvolveram várias estratégias para tentar minimizar os problemas. A professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Cinthya Oliveira, contou que tem procurado juntar as turmas. Já o professor de Geografia, Maiká Schwade, afirmou que tentou recorrer a ajuda de deputados.  “Nós já fomos atrás de parlamentares para conseguir emendas, com ‘o pires na mão’”, disse.

 

Presente na reunião, a professora do Degeo/ICE, Rielva Nascimento, afirmou que os(as) docentes se sentem desamparados(as). “Estamos na incerteza, a situação chegou no limite, estamos considerando parar, porque chega uma hora que não dá mais, é uma falta de manutenção geral, nunca vi a universidade tão abandonada como está agora”, disse.

 

 

 

O estudante de Geologia e integrante do Centro Acadêmico do curso, Gabriel Mariano da Silva, ressaltou que outro problema é o valor insuficiente da diária recebida pelos trabalhos de campo. Cada estudante recebe R$ 60 por dia que devem ser gastos com alimentação, hospedagem e transporte. “Muitas vezes só recebemos a diária quando voltamos do campo e aí precisamos gastar dinheiro do nosso bolso”, contou.   

 

O presidente da ADUA, Jacob Paiva, que participou da reunião com os professores, as professoras e os e as discentes, afirmou que os problemas de infraestrutura relatados estão presentes não apenas nessas áreas, mas em toda a Ufam e em outras universidades brasileiras. “É um reflexo dos sucessivos cortes nos orçamentos das instituições públicas de ensino que vem ocorrendo ao longo dos anos, o que promove o sucateamento das universidades, afeta as condições de trabalho e de ensino e gera adoecimento”.

 

O dirigente indicou que os as docentes e estudantes elaborassem um dossiê sobre os problemas relatados para que seja juntado às reivindicações de outras unidades e encaminhado à Administração Superior. Também foi feito o convite para que todos e todas participem e convidem docentes de outras unidades a participarem da próxima Assembleia Geral da ADUA que tem como um dos pontos de pauta a precarização do trabalho do docente na Ufam. A AG irá ocorrer na sexta-feira (15 de março), às 9h, no auditório da Seção Sindical.

 

 

 



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