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  26/02/2024



42º Congresso do ANDES-SN inicia no embalo do maracatu cearense



 

 

Com dança, música e teatro, teve início na manhã desta segunda-feira (26) o 42º Congresso do ANDES-SN em Fortaleza (CE), que marca também os 43 anos do Sindicato Nacional. Pela manhã ocorreu a mesa de abertura e a saudação aos(às) congressistas. O encontro é sediado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc).

 

A apresentação do programa de formação cultural continuado Maracatu Solar deu o tom no primeiro dia do encontro ao fazer ressoar o batuque por todo o auditório do Centro de Convivência do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC) na apresentação que simbolizou um cortejo de reis africanos. Criado com fundamentação no maracatu cearense, o grupo serve como instrumento de formação de novos praticantes.

 

 

Após a apresentação cultural a mesa foi composta por membros da diretoria do ANDES-SN, da Regional Nordeste 1 e da Adufc, além de representantes de entidades convidadas como União Nacional dos Estudantes (UNE); Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos(as) em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra); Federação dos Trabalhadores (as) no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce); Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Ceará (MST/CE); Fórum em Defesa dos Serviços Públicos e Movimento Mães da Periferia. Cada um(a) dos representantes das entidades expuseram em suas falas sobre suas lutas que é uma luta de toda a classe trabalhadora: Educação, serviços públicos de qualidade, preservação ao meio ambiente e contra a violência e opressão do Estado.

 

A presidente da Adufc, Irenísia Oliveira, utilizou seu tempo de fala para homenagear o fundador e primeiro presidente da seção sindical, Agamenon Almeida. “A mesa de abertura mostra uma coisa mais concreta da nossa solidariedade: o plano geral de lutas se constrói antes, aqui nessa mesa com as falas, com as dores de todos nós, as lutas ganham uma dimensão real, projeta essa solidariedade, a nossa própria luta, que não é a luta corporativa de forma alguma, mas uma luta pela transformação social”. 

 

 

Antes dos posicionamentos dos(as) representantes de todas as entidades que compunham a mesa, o presidente da mesa e do ANDES-SN, Gustavo Seferian, saudou a memória de combativos(as) militantes do ANDES-SN: a ex-presidente do Sindicato Nacional, Marinalva Oliveira, que faleceu em 27 de outubro de 2023, e o professor da Seção Sindical do ANDES-SN dos docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), Alex Soares, professor do curso de Pedagogia da Uece e falecido no dia 26 de dezembro do ano passados. Na ocasião foram exibidos vídeos em homenagem ao e à docente.

 

“Tivemos que lidar com diversos aspectos profundos da conjuntura que serão objetos da nossa discussão logo mais no curso da tarde, promovemos imensas lutas nos mais diversos locais de trabalho em articulação com outros tantos lutadores e lutadoras, mas também vivemos momentos que foram de perda, de saudade, de luto, e eu quero trazer aqui antes de qualquer outra coisa, diante da imprescindibilidade da memória, aqueles que nos inspiram na construção de um novo mundo”, comentou Seferian.

 

Durante o Congresso, pela manhã, também a Comissão Editorial revista do ANDES-SN Universidade e Sociedade (U&S) lançou o n. 73 da que tem como tema central “A História do Movimento Docente nos 60 anos de luta e resistência à Ditadura Empresarial-Militar”. Com dez artigos, o material foi distribuído a todos e todas congressistas e pode ser acessada online aqui.

 

 

No período da tarde, ocorreu a Plenária do Tema 1 "Conjuntura e Movimento Docente", presidida pela professora e 2º vice-presidente da Regional Nordeste I do ANDES-SN, Letícia Nascimento, a primeira mulher trans na história a presidir uma mesa.

 

O debate do Tema I teve início com a apresentação de nove dos 11 textos do Caderno do Congresso. Os(as) autores(as) apresentaram os posicionamentos para o plenário e foram garantidas falas de participantes da plenária. Entre os temas das análises dos textos do Tema 1 estiveram a crise climática, a necessidade da continuidade do posicionamento contra o extermínio dos povos indígenas, negros(as) e pessoas trans e travestis. 

 

Um dos temas bastante debatido em relação à conjuntura internacional foi o massacre do povo palestino na Faixa de Gaza. Vários(as) docentes apresentaram posicionamento favorável ao fim dos bombardeios na região. Na ocasião, foi apresentada a Moção de Repúdio "Não é Guerra, é Genocídio" aprovada pelo plenário do Congresso. A moção deverá ser enviada para o Ministério de Relações Exteriores, Congresso Nacional, Secretaria da Presidência, Embaixadas de Israel e da Palestina, Federação Árabe Palestina do Brasil, Secretarias da ONU e da OEA. Leia o documento na íntegra aqui.

 

 

Sobre o movimento docente nacional, grande parte dos posicionamentos destacaram a luta da categoria por recomposição salarial, reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho. Alguns docentes e posicionaram a favor da greve enquanto outras defenderam que não é o momento com a justificativa de que isso fortaleceria a extrema direita.

 

Com tema central “Reverter as contrarreformas, em defesa da educação, dos serviços públicos, das liberdades democráticas e direitos sociais”, o encontro tem como pauta Tema I – Conjuntura e Movimento Docente; Tema II – Planos de Lutas dos Setores; Tema III – Plano Geral de Lutas; e Tema IV – Questões Organizativas e Financeiras.

 

A ADUA participa do Congresso com os(as) docentes Solano da Silva (INC), Raimundo Nonato (IFCHS), José Alcimar de Oliveira (IFCHS), Maria Audirene Cordeiro (ICSEZ), Ana Claudia Nogueira (IFCHS), Jocélia Barbosa (Faced) e Ana Cristina Belarmino (aposentada da FCA), como da delegados(as). Para observador foi escolhido o docente Patricio Ribeiro (ICSEZ), e observadoras as docentes Anete Rubim (FCA), Rosária do Carmo (ICE) e Célia Virgínia (INC).

 

 

A participação é de pouco mais 600 pessoas, entre delegados/as (457) e observadores/as (132), de 83 seções sindicais, além de diretores(as) do ANDES-SN (36), convidados/as (7), jornalistas e assessores/as jurídicos. O Congresso se estende até 1º de março.

 

 

Texto e Fotos: Daisy Melo



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