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Mesmo com protestos e ocupações, governo de SP autoriza reorganização das escolas



Data: 01/12/2015

Mesmo com os protestos e as centenas de escolas ocupadas por estudantes que são contra o programa de reestruturação da rede estadual de ensino promovido pelo governo de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou nesta terça-feira (1º) um decreto que autoriza a transferência de professores da Secretaria da Educação de uma escola para outra. A medida levará ao fechamento de 93 escolas da rede estadual de ensino e afetará cerca de 311 mil estudantes em todo o estado, separando as escolas por ciclos, entre os anos iniciais e finais do ensino fundamental e médio.

Na segunda-feira (30), diversos protestos foram realizados contra a medida. Os estudantes trancaram ruas e pontes no estado de São Paulo e promoveram aulas públicas em diversos pontos, como na ponte João Dias, na Avenida João Dias na Zona Sul, e na marginal Tietê. Mais de 100 estudantes bloquearam também o cruzamento da avenida Brigadeiro Faria Lima com a avenida Rebouças, Zona Oeste, em um dos pontos mais movimentados da cidade. Em Campinas, interior do estado, os alunos também trancaram uma das principais avenidas da cidade para denunciar à sociedade a intransigência do governo paulista.

A reorganização escolar tem se tornando o principal motivo de protestos de estudantes, pais, professores e movimentos sociais desde o anúncio da medida feita pela Secretaria de Educação do Estado no dia 23 de setembro, sem diálogo com a comunidade. No dia 9 de novembro tiveram início as ocupações, e desde então, 204 escolas foram ocupadas pelos estudantes, segundo o sindicato dos professores. Os estudantes vêm sofrendo perseguições e estão sendo vítimas de ações truculentas da Polícia Militar.

"Guerra"

Uma gravação divulgada pelo site Jornalistas Livres, no domingo (29), após uma reunião realizada entre o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula Novaes, e gestores de ensino, apontou a truculência que está por vir contra os alunos que participam das ocupações e protestos. Novaes afirmou que é preciso organizar “ações de guerra” e adotar “tática de guerrilha” para acabar com o movimento. O secretário recomendou aos gestores "desqualificar" os protestos de estudantes, e disse que "nem passou pela cabeça" do governador Geraldo Alckmin suspender a proposta de reorganização escolar.

Projeto de “reestruturação”

O governador Geraldo Alckmin apresentou no final de setembro um projeto de “reestruturação” da educação básica, que prevê o fechamento de 93 escolas com a justificativa de “especializar” cada instituição em apenas um ciclo de ensino: o primeiro abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, dos alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reúne os três anos do ensino médio. Com isso, reduzindo custos ao governo estadual.

A medida teve amplo rechaço entre estudantes, familiares, professores e servidores das escolas, que desde então organizam massivas mobilizações contra o projeto. Entre as consequências mais perversas da “reestruturação” estão à demissão de professores e funcionários temporários, aumento da lotação nas salas de aula e da distância entre a casa dos alunos e as escolas.

*Com informações de Agência Brasil

Fonte: ANDES-SN



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