Data: 12/08/2015
Manaus - Às vésperas de completar 60 dias da deflagração da greve dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), 75% do corpo docente da instituição continua paralisada, conforme o vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Lino João. Oficialmente, a greve teve início no dia 15 de junho deste ano.
De acordo com Lino, a adesão é parcial. Na unidade da capital, 25% dos professores ainda estão em sala de aula. "Alguns alunos estão tendo aula no campus de Manaus, o que é muito diferente do que está acontecendo nas instituições de municípios do interior Amazonas, pois nestes locais todos os professores aderiram ao movimento grevista", explicou o vice-presidente da Adua.
As unidades citadas pelo representante da Adua são de Itacoatiara, Benjamim Constant, Humaitá, Coari e Parintins. Na capital, os centros acadêmicos de Direito, Medicina, Tecnologia e Ciências da Computação estão funcionando normalmente, mas com alguns docentes paralisados.
"Não temos uma previsão para voltarmos às salas de aulas, pois acreditamos que o Governo Federal irá atender às solicitações o mais rápido possível, e estamos negociando para isso, porque só vamos parar de lutar quando essas demandas forem atendidas e completamente negociadas", contou Lino.
Nas reivindicações apresentadas pelos professores, existem pautas que defendem a autonomia da Ufam, a restruturação da carreira dos docentes, equiparação dos salários dos profissionais ativos e aposentados, e a construção de mais universidades públicas.
De acordo com a professora de História, Patrícia Sampaio, a paralisação é a única forma de lutar pelos interesses dos alunos, técnicos e docentes da instituição. "Por meio da greve, podemos mostrar a força da mobilização de todo o corpo estudantil, pois o individuo não pode se preocupar somente com si próprio, mas precisa se compadecer com o coletivo que compõe uma instituição, pois o momento de paralisação é aquele que podemos refletir sobre as melhorias", ressaltou.
Patrícia ainda destacou que alunos e professores contrários ao movimento grevista precisam se lembrar dos cortes orçamentários do Governo Federal na educação do país. "Eu entendo que cada pessoa tem o direito de escolher ser a favor ou contra uma greve. Se eu tivesse oportunidade, falaria para eles dos cortes da educação, da falta de estrutura da universidade e de todos os outros problemas que a Ufam enfrenta diariamente. Greve não prejudica ninguém, pelo contrário, ajuda na luta pelos direitos de todos", defendeu.
Fonte: Portal D24 AM |
