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  05/07/2023



Professor é agredido e ameaçado por pai de aluno no PR



 

 

O professor de uma escola particular em Guaíra (PR), Gabriel Barbosa Rossi, foi vítima de agressões e ameaças, no dia 30 de junho, por parte de Mário César Leal Júnior, delegado da Polícia Federal (PF) e pai de um aluno de 13 anos que havia sido repreendido pelo docente por ofensas e falas preconceituosas. Em outra ocasião, o estudante havia sido flagrado fazendo gestos nazistas.

 

O agressor foi até a porta da escola em uma viatura e se identificou como delegado da Polícia Federal. O homem agrediu, ameaçou e apontou a arma para a cabeça do docente. “Ele começou a gritar que ele era o delegado e que eu estava preso. Apertou o meu braço e puxou, eu tentei sair e foi quando ele me enforcou, me jogou contra o carro dele e aí ele puxou a pistola e apontou na minha cara”, contou Rossi em entrevista para o Blog da jornalista Andréia Sadi.

 

O pai do aluno registrou um Boletim de Ocorrência (BO) por injúria na Polícia Civil. Segundo o documento, o professor teria dito que "soltaria fogos de artifício" com a saída do aluno da escola. No mesmo dia, o professor contou que chegou a ir à delegacia, mas, segundo ele, o delegado havia dito que estavam em greve e não poderia registrar o caso. “Eu fiquei muito temeroso porque eu vi ali um abuso de poder”, disse.

 

Após a repercussão, o ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou no Twitter que “sobre a denúncia veiculada pelo Professor Gabriel Barbosa Rossi, no Paraná, informo que já houve o registro formal e as apurações administrativas serão procedidas na Polícia Federal, visando ao esclarecimento dos fatos e cumprimento da lei”.

 

Nota de apoio

 

Em nota, a Associação de Docentes da Unioeste (Adunioeste - Seção Sindical do ANDES-SN) expressou apoio e solidariedade ao professor e destacou que a situação é de extrema gravidade e precisa ser denunciada e o agressor deve ser punido. “Infelizmente não se trata de um caso isolado, já que nos últimos anos há uma escalada de ameaças e constrangimentos contra os educadores, articulada a um movimento que expressa seu ódio à ciência e ao conhecimento e prefere disseminar visões negacionistas e preconceituosas", afirmou a entidade.

 

Para a Adunioeste não é possível ter uma educação pautada na promoção da ciência e do conhecimento se docentes se sentirem intimidados, ameaçados ou coagidos. "Por esta razão, é inteiramente intolerável qualquer ação neste sentido, muito mais quando assume a forma extremamente violenta da agressão física e da ameaça. Nesse sentido, é importante que o docente agredido seja fortemente apoiado e que seu agressor seja punido", afirmou a Seção Sindical.

 

A PF afirmou que abriu um procedimento disciplinar para investigar a conduta do delegado Mário César Leal Júnior.

 

Fontes: com informações do Blog da Andreia Sadi e Adunioeste



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