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Ajuri da Autonomia: feira literária reúne autores e leitores na Ufam



Data: 10/07/2015

Usado por nativos da Amazônia, o termo ajuri (mutirão, trabalho conjunto) foi “emprestado” por professores, pesquisadores e artistas para dar sentido à ação cultural realizada pelo Comando Local de Greve (CLG) na manhã desta sexta-feira (10), no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal da Amazonas (Ufam): uma feira de livros e fotografias realizada a partir de doações e um esforço coletivo em defesa da autonomia, do conhecimento e da livre crítica na universidade.

Durante o ‘Ajuri da Autonomia’, representantes dos três segmentos da comunidade acadêmica tiveram acesso a cerca de 200 títulos disponíveis a preços simbólicos que variaram de R$ 2 a R$ 20. Além disso, como parte da programação, os presentes puderam compartilhar experiências com os autores de livros lançados. Dos doze títulos, nove obras foram escritas por mulheres.

A professora Nícia Zucolo, do Departamento de Língua Portuguesa não perdeu a oportunidade e adquiriu cinco títulos. “São livros que dizem respeito, de uma maneira ou outra, aos assuntos que eu pesquiso. Por isso, quis aproveitar a oportunidade de contribuir [com o movimento] e de receber também”, disse. Atualmente, Nícia está desenvolvendo um projeto de pesquisa que estuda a relação entre “violência e gênero”.

‘Olhar humanístico’

Durante a feira, o público também pode conferir e adquirir imagens de paisagens da Amazônia, feitas pelo geógrafo e fotógrafo André Zumak, em viagens a passeio, trabalho ou mesmo com o olhar mais atento em atividades de pesquisa pela região. “Cada imagem tem uma história, mas a ideia central é mostrar outra Amazônia, com um olhar mais humanístico”, disse Zumak, que também colabora com as atividades do Laboratório de Licenciatura Indígena.

André conta que sempre gostou de fotografia, mas passou a investir na atividade a partir de uma pesquisa realizada enquanto ainda era graduando de Geografia, em um levantamento socioeconômico em Silves, feito como trabalho da disciplina “Geografia do Turismo”, ministrada pela professora Ivani Ferreira, docente que também participou da organização do ‘Ajuri da Autonomia’.

Na exposição, fotografias de paisagens do Alto Rio Negro que chamam atenção inclusive de quem é natural de algum município daquela região e cresceu diante daquela paisagem. É o caso da professora Rita Floramar, do departamento de Educação Escolar Indígena, da Faculdade de Educação (Faced), que nasceu em São Gabriel da Cachoeira e regulamente retorna ao local para ministrar atividades da licenciatura indígena. “No papel a paisagem está sempre presente. É como se eu estivesse lá”, disse a docente, depois de adquirir algumas imagens.

Em virtude do sucesso da feira, o CLG estuda a possiblidade de inclui-la como atividade permanente da programação da greve dos professores da Ufam, mas no formato itinerante, chegando dessa maneira a outras unidades acadêmicas do Campus Universitário. “A feira é um trabalho coletivo, de solidariedade, de compromisso e que traduz a imensa alegria que temos em compartilhar esse momento”, afirmou a professora Patrícia Sampaio, uma das organizadoras da iniciativa e autora de um dos livros lançados durante a atividade.

Fonte: ADUA



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