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Adua questiona reitoria sobre medidas tomadas para garantir a autonomia universitária da UFAM



Data: 08/07/2015

Durante o apitaço de docentes, técnico-administrativos e discentes, realizado pelo Comando Local Unificado de Greve (CLUG) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) nesta quarta-feira (8), o primeiro vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), professor Lino João de Oliveira Neves questionou o vice-reitor da universidade, Hedinaldo Narciso Lima, sobre as medidas judiciais que a instituição pretende tomar para garantir a autonomia universitária.

Colocada em xeque pela liminar concedida pela Justiça Federal e que impediu a deliberação sobre a suspensão do calendário acadêmico da Ufam, na reunião do Conselho Universitário (Consuni), no último dia 3 de julho, a autonomia universitária é garantida pela Constituição Federal (CF) de 1988.

Segundo o primeiro vice-presidente da seção sindical, o movimento confia plenamente no interesse da reitoria em adotar medidas e se põe como aliado no acompanhamento do processo de luta pela autonomia e por uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.

“Partindo deste princípio, o movimento docente representado pela ADUA, técnicos e estudantes não abre mão da autonomia. Queremos discutir os nossos direitos democraticamente em nossos fóruns próprios, e o Consuni é um deles. Medidas externas não podem violar quaisquer dos nossos direitos, inclusive o de discutir plenamente os interesses da universidade”, afirmou.

À espera dos manifestantes no hall da reitoria, o vice-reitor da universidade, professor Hedinaldo se mostrou receptivo e informou que a continuidade do diálogo proposto pela ADUA e já iniciado durante a última reunião do Consuni é fundamental para garantir aquilo que mais se precisa dentro da universidade: a autonomia.

“Nós temos interesse de manter o diálogo e reabrir os caminhos onde eles por ventura estejam fechados. Isso é algo fundamental para sairmos desta situação. Já conversamos com a procuradoria para saber quais procedimentos podemos tomar em relação ao documento entregue pelo presidente da Adua, professor Alcimar [de Oliveira, presidente da ADUA], durante a última reunião do Consuni, e assim que tivermos uma definição de qual será o procedimento e como isso será encaminhado, informaremos à ADUA e a todos do movimento sobre os próximos passos em relação a essa demanda que para nós é fundamental”, informou o vice-reitor.

O pedido para acionar a procuradoria foi feito pelo conselheiro José Alcimar de Oliveira, presidente da seção sindical, no último dia 3 de julho, com o objetivo de sustar a liminar imposta à administração da Universidade.

Impetrado por entidades que representam estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e dois docentes, entre eles um diretor de unidade acadêmica, o Mandado de Segurança concedido pela Justiça Federal determinou que o Consuni se abstivesse de suspender o calendário acadêmico, na reunião do último dia 3.

“A Ufam recebeu o documento [liminar], mas efetivamente essas ações contenciosas não são feitas mais dentro da universidade e sim pela AGU e pela procuradoria. Eles [AGU e procuradoria] recebem esse documento, nos comunicam e pedem a nossa manifestação. Vamos analisar, apresentaremos nossos argumentos fáticos para que a Advocacia Geral da União recorra dizendo que nós queremos a autonomia”, explicou Edinaldo.

Representantes do movimento dos técnico-administrativos e dos discentes também reforçaram o apoio aos docentes, em greve desde o último dia 15 de junho. A integrante do CLUG e membro da coordenação de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Ana Grijó criticou o ataque à autonomia universitária por meio da judicialização.

“A liminar foi um fato novo dentro da Ufam e na história do movimento, ainda mais pedida por segmentos que nós esperávamos que defendessem a causa e conhecessem a realidade de esquecimento vivenciado pela educação brasileira”, disse.

Em nome do Movimento Estudantil Independente, que endossa a greve dos docentes e técnicos da Ufam, o aluno Rafael Carletti ressaltou que os estudantes não se sentem representados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), um dos autores do mandado de segurança. Segundo Rafael, os discentes da capital e da unidade fora da sede não foram consultados sobre a adoção da medida judicial subscrita pelo DCE.

Apitaço

O ato político com passeata e apitaço de docentes, técnico-administrativos e discentes, realizado pelo CLUG nesta quarta-feira (08), partiu do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), no setor Norte do Campus Universitário e percorreu a Faculdade de Tecnologia (FT), o Instituto de Ciências Exatas (ICE) e a Faculdade de Direito (FD) até chegar à reitoria.

A manifestação teve como objetivo de requerer que a reitora Márcia Perales cumpra com o compromisso, assumido durante a reunião extraordinária do Consuni, no dia 3 de junho, de acionar a Procuradoria Federal para interpor medida com o intuito de garantir que o Consuni possa se reunir e deliberar sobre a suspensão do calendário acadêmico da instituição.

Fonte: ADUA



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