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Ato público nesta segunda (15) marca início da greve dos docentes da Ufam



Data: 15/06/2015

Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram ato público na manhã desta segunda-feira (15) para marcar o início da greve da categoria. A manifestação ocorreu no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), maior unidade acadêmica da instituição, e reuniu mais de cem professores, além de técnicos e estudantes. Durante o ato, representantes dos três segmentos fizeram duras críticas ao corte de recursos da Educação.

O ato também foi marcado por falas em defesa da universidade pública, gratuita e socialmente referenciada, e pelo respeito a todas as pessoas que desejaram externar sua manifestação. A maioria das avaliações foi de preocupação com o atual momento pelo qual passam as instituições federais de ensino, em virtude da intensificação da precarização e do impacto do contingenciamento de recursos.

“Estão de parabéns todos aqueles que se utilizaram da razão pública. Nós temos uma pauta enorme para tratar: as contradições que fazem parte do movimento. E uma delas diz respeito ao abaixo assinado que vem sendo realizado pelos professores contrários à greve. Por que esses professores não foram tão rápidos para orquestrar um abaixo assinado contra a precarização, contra o corte de verbas e contra a possível contratação de professores através das organizações sociais?”, questiona o presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira.

Com o movimento paredista dos professores, a greve na Ufam ganha força. Os técnico-administrativos paralisaram as atividades desde o dia 28 de maio e seguem firmes na luta que vai além da busca por melhores condições de trabalho. “Nós temos problemas de assédio moral, de estrutura de trabalho e da ordem do plano de carreira da categoria, que tem hoje o menor piso salarial do serviço público federal”, afirmou a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Crizolda Araújo.

Movimento Estudantil

Além dos servidores, estudantes de várias unidades academicas da Ufam já deliberaram pelo apoio à greve. Discentes da Faculdade de Psicologia (Fapsi) e dos cursos de História e Filosofia, no ICHL aprovaram movimento paredista. O apoio mais recente veio dos graduandos da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) que decidiram pela suspensão das aulas a partir desta segunda (15). “Entendemos também que formar por formar não é viável, passar por passar não basta, e que a educação e qualidade nas universidades federais devem ser melhoradas sim, assim como lutaremos por mais assistência estudantil, mobilidade urbana, reforma universitária, e dentre outras pautas que nos são indispensáveis, pois queremos apenas o que é nosso de direito, não um favor do governo”, diz trecho da nota publicada pelo Centro Acadêmico e Cultural de Educação Física (Cacef).

Fora da sede, o movimento estudantil intensifica a mobilização desde o início de junho. No Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá, os discentes paralisaram as atividades de 5 a 9 deste mês e ocuparam o prédio com intuito de denunciar as precárias condições de ensino naquele campus. Estudantes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), em Parintins, também suspenderam as atividades no local, em protesto contra o corte de recursos da Educação e a falta de condições para funcionamento.

Greve Nacional

Iniciada no dia 28 de maio, a greve dos professores de instituições federais de ensino superior segue para a terceira semana e vai ampliando o movimento: a adesão dos docentes chega a quase 30 das 63 universidades federais e ainda de um instituto federal. Entre os técnicos administrativos, a paralisação atinge 58 universidades e três institutos federais. Os dados foram divulgados pelo Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

A mobilização dos professores das universidades, em conjunto com outros trabalhadores da esfera federal, vem se intensificando desde o anúncio do corte de recursos dos serviços públicos, o que aprofunda a precarização do trabalho de ensino, pesquisa e extensão nas Instituições Federais de Ensino. Pesou ainda na decisão pela greve o descaso do MEC em negociar a pauta definida pela categoria, protocolada por diversas vezes, inclusive neste ano. Os principais pontos de reivindicação são: a defesa do caráter público da universidade; condições de trabalho; garantia de autonomia; reestruturação da carreira; e valorização salarial de ativos e aposentados.

Fonte: ADUA



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