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Comunidade acadêmica do Polo de Campos da UFF enfrenta descaso da reitoria



Serviço de Psicologia Aplicada tem suas atividades paralisadas. E docentes temem não ter espaço para dar aulas

Docentes e técnicos do Polo Universitário de Campos dos Goytacazes (PUCG) da Universidade Federal Fluminense (UFF) denunciaram na última semana (7 e 8), com palestras e grupos de discussões, a situação precária em que atualmente se encontra o campus.

Os protestos continuam, agora, com os estudantes que paralisam as atividades até esta quinta-feira (16) em apoio ao movimento e para cobrar também a construção de restaurante e moradia universitários. A comunidade acadêmica espera chamar atenção para os problemas estruturais enfrentados no Polo de Campos.

Paulo Terra, diretor da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff - Seção Sindical do ANDES-SN) e docente do PUCG, afirma que apesar dos diversos problemas em comum com outros campis da UFF, como o corte de bolsa a alunos, de auxílios a professores, a falta de compromisso da reitoria com as unidades do interior é maior. "A situação da UFF em geral está precária, e quando vemos os campis do interior o quadro é ainda pior", ressalta.

O diretor da Aduff SSind conta que as obras de construção do novo prédio do campus da UFF em Campos começaram em 2012 e estão paralisadas pela terceira vez. Não há previsão para o retorno dos serviços. "No nosso caso, temos um prédio que a obra está prevista para ser concluída há anos e o reitor já avisou que esta não será uma prioridade, portanto, não será finalizada neste ano", comenta. Enquanto isso, as aulas são ministradas em containers, situação que, segundo Terra, pode piorar ainda mais. De acordo com o docente, os alugueis dos containers não foram renovados, o que significa que possivelmente no segundo semestre não haverá espaço para a realização das aulas.

Outro grave problema, apontado pelo docente, foi a paralisação das atividades do Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UFF Campos por falta de pagamento dos trabalhadores terceirizados, aluguel do espaço, água, luz e problemas de ventilação. O SPA atende mais de 200 pessoas da comunidade local e é o único acesso da população ao serviço de atendimento psicológico gratuito na cidade. A suspensão desse serviço prejudica tanto a população quanto os estudantes, que têm a qualidade do ensino afetada.

Ainda segundo Terra, devido à falta de resposta da reitoria, foi criado o Fórum professores, técnicos e estudantes para discutir a situação da universidade e, especificamente, do polo de Campos e cobrar da administração da UFF atendimento às reivindicações da comunidade acadêmica. "Temos uma reunião hoje [15] e uma das ações que faremos é cobrar que o reitor venha a Campos, pois entendemos que é importante nesse jogo político não só a gente ir lá, mas que ele venha também para dar uma reposta", enfatiza.

Rio das Ostras

No campus da UFF em Rio das Ostras a situação não é muito diferente. Na última semana, a comunidade acadêmica também realizou atos, com panfletagem e cartazes, para dialogar com a população e dar visibilidade aos problemas enfrentados decorrentes da política de expansão precarizada aliada aos cortes no orçamento, promovidos pelo governo no início do ano.

O prédio Multiuso, inaugurado no início de 2014 e construído para substituir os contêineres, apresenta problemas na acessibilidade, rede elétrica, entre outros, e foi interditado pela própria reitoria. A previsão é que apenas no ano que vem, o prédio seja liberado. Da mesma maneira como ocorre no polo de Campos, o contrato com a empresa que aluga os contêineres para o campus Rio das Ostras acaba no final de abril. "Nessa realidade de multicampia das universidades, os sindicatos dos docentes tem um desafio muito grande pela frente, que é o de lutar contra a precarização", disse Terra.

Foto: Luis Sandim Macapa

Fonte: ANDES-SN



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