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  08/02/2023



ANDES-SN repudia leilão do terreno do campus da Praia Vermelha da UFRJ



 

Apesar dos protestos da comunidade acadêmica, sob o mote “A UFRJ não está à venda”, um terreno do campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi leiloado na quinta-feira (2). A Diretoria do ANDES-SN emitiu Nota de Repúdio contra a ação, que, na prática, marca mais um capítulo do processo de privatização, com a cessão de área pública da universidade para a iniciativa privada.

 

O movimento que tentou pressionar para que o leilão não ocorresse foi organizado pelo ANDES-SN, pelo Sindicato de Trabalhadores da UFRJ (Sintufrj), DCE Mário Prata e Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). A coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista, classificou a ação como vergonhosa e que a condução do processo se deu forma “antidemocrática e açodada”.

 

“A falta de democracia que caracteriza o processo desde sua proposição açodada no Consuni, sem debates, sem a devida participação da comunidade acadêmica, se repetiu na segunda tentativa de leiloar mais de 15 mil m² do campus”, afirmou a Diretoria Nacional do ANDES-SN.

 

Em troca da cessão, de ao menos 30 anos, sem limite de prorrogação, a empresa vencedora estaria comprometida com algumas contrapartidas à universidade, como a conclusão de obras inacabadas e novas instalações.

 

A crítica também é que além da universidade perder importante espaço de natureza utilizado para projetos de extensão e atividades das unidades de saúde mental do campus, a cessão de espaço objetiva lucro do capital e instalação de uma casa de shows que não representaria retorno à universidade.

 

Leia a nota na íntegra:

 

 

NOTA DA DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN DE REPÚDIO AO LEILÃO DO TERRENO DO CAMPUS DA PRAIA VERMELHA DA UFRJ

 

A Diretoria do ANDES-SN repudia o leilão do terreno do campus da Praia Vermelha da UFRJ, no dia 2 de fevereiro, quando ocorreu mais um capítulo do processo de privatização de parte substancial do terreno do campus da Praia Vermelha da UFRJ, sob protestos da comunidade acadêmica.

 

A falta de democracia que caracteriza o processo desde sua proposição açodada no Consuni, sem debates, sem a devida participação da comunidade acadêmica, se repetiu na segunda tentativa de leiloar mais de 15 mil m² do campus.

 

O leilão foi realizado no edifício Ventura, cuja segurança formou cordão de isolamento para impedir que dezenas de cidadãos - discentes, técnicoadministrativo(a)s e docentes da UFRJ - acompanhassem um leilão que deveria ser público. Como pretexto para esse cerceamento, a equipe de segurança alegou que se tratava de espaço privado em que normas de publicidade regular da administração pública não se aplicavam e que não havia cadeiras suficientes para todo(a)s, além do argumento de queque, pela pandemia, não seriam permitirias aglomerações.

 

Após negociações, foi permitida a entrada de cinco (05) representantes das entidades, que verificaram que havia muitos lugares vazios. Frente a essa constatação, os representantes reivindicaram ao reitor em exercício que permitisse que o leilão público fosse acompanhado pela multidão que aguardava do lado de fora, enquanto o leiloeiro ameaçava retirar à força todo(a)s o(a)s presentes. No entanto, o reitor não se dispôs a responder aos apelos, recusando qualquer horizonte de diálogo democrático, preferindo obedecer aos interesses do(a)s empresário(a)s presentes.

 

Atendendo aos apelos de empresário(a)s, a coordenação do leilão determinou que este seria realizado posteriormente a portas fechadas, com a presença apenas das empresas, sem comunicação ao público em geral de seu local e horário. Mais tarde, a imprensa patronal revelou que o leilão secreto ocorreu em seguida e teve como vencedor o polêmico lobista Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, envolvido no escândalo de corrupção "Fifagate". 

 

 

Não à privatização.

 

Não ao autoritarismo na gestão universitária.

 

Gestão do espaço público das IES nas mãos da sua comunidade

 

 

Brasília (DF), 07 de fevereiro de 2023.

Diretoria Nacional do ANDES-SN

 

 

Foto: Sintufrj

 

 

Fontes: ADUA com informações do ANDES-SN e Sintufrj



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