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  25/10/2022



Seções Sindicais do ANDES-SN e universidades públicas sofrem tentativa de intimidação por apoiadores de Bolsonaro



 

Universidades públicas, comunidades universitárias e seções sindicais do ANDES-SN – incluindo a ADUA – têm sofrido uma série de ataques de apoiadores do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, com mais ênfase neste período eleitoral. Ameaças, intimidações e violências foram registradas nos últimos meses, nas universidades estaduais de Santa Cruz (Uesc) e de Feira de Santa (Uefs), e federais de Lavras (Ufla), Mato Grosso (UFMT) e de Santa Maria (UFSM).

 

Na segunda-feira (24), a diretoria do ANDES-SN publicou uma nota em repúdio à criminalização e perseguição ao livre direito de manifestação política de professores e professoras da Ufla, em Minas Gerais. Docentes da universidade foram acusados, em um programa de rádio de intimidar estudantes, em sala de aula, a votarem no candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sob a ameaça de, caso vença o atual presidente Jair Bolsonaro, haver uma greve na Universidade.

 

"As acusações vêm sem nenhum tipo de prova, e são inverídicas - e criminosas, uma vez que, inclusive, esses/essas docentes encontram-se em recesso. Entendemos, no entanto, que o caso expressa um cerceamento das liberdades de manifestação política, ou seja uma ataque à democracia no país", afirmou o ANDES-SN. 

 

"Queimados vivos"

 

Outro episódio foi o do deputado federal do Rio Grande Do Sul Bibo Nunes (PL) que, no dia 20 de outubro, em uma transmissão pela internet, desejou que os estudantes da UFSM fossem “queimados vivos”. Na mesma cidade, há nove anos ocorreu o incêndio na Boate Kiss que levou à morte 242 jovens e deixou 636 pessoas feridos, sendo a maioria estudante da Universidade.

 

Em nota, o ANDES-SN repudia de forma veemente a atitude do deputado, que desrespeitou as vidas perdidas e a dor das famílias e da sociedade. “Este ‘homem de bem’ traz em sua fala o resumo do momento em que vivemos, na qual a intolerância e o ódio estão levando a violências políticas que ameaçam nossa democracia”.

 

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM está organizando um abaixo-assinado para que o Ministério Público adote as providências cabíveis. O documento também será utilizado para dar entrada a um pedido de cassação do mandato de Bibo Nunes. O abaixo já conta com mais de 5 mil assinaturas e pode ser acessado aqui.

 

No dia 19 de outubro, o DCE da UFMT tomou conhecimento de ameaças contra a comunidade universitária, compartilhadas em um grupo de bolsonaristas no WhatsApp, em que um dos participantes sugere a realização de um ato político armado. Há relatos também de que, em outros grupos, circularam mensagens comentando sobre esse chamado e com a defesa de “fuzilamento de estudantes petistas” da UFMT.

 

A Diretoria do ANDES-SN divulgou uma nota de repúdio às ameaças e ataques da extrema direita à UFMT. O Sindicato Nacional também manifestou preocupação com a escalada da violência e solidariedade à comunidade acadêmica da Universidade. “Não vamos arrefecer a luta e no dia 30 de outubro vamos VOTAR EM LULA PARA DERROTAR BOLSONARO NAS RUAS E NAS URNAS”.

 

Intimidação em reitoria e Faixa rasgada

 

Entre os casos estão os da Uefs. No dia 17 de outubro, dois homens invadiram a Reitoria da instituição e coagiram servidoras e servidores do gabinete. O reitor Evandro do Nascimento relatou que a dupla, que filmava com o aparelho celular, questionou o motivo da universidade permitir a faixa com os dizeres “Fora Bolsonaro”, afixada pela Associação de Docentes da Uefs (Adufs-BA – Seção Sindical do ANDES-SN) no pórtico da instituição.

 

Na ocasião, o reitor explicou aos homens que a Uefs está obedecendo a lei eleitoral e que vê a exibição da faixa como exercício do direito à livre manifestação sindical e de liberdade expressão. Em seguida, eles saíram do prédio da Reitoria e retiraram duas das três faixas do pórtico da universidade.

 

Este foi o segundo episódio de violência política ocorrido na Uefs em uma semana. Na ação anterior, no dia 10 de outubro, homens armados retiraram, parcialmente a faixa com os dizeres “Fora Bolsonaro”, rasgaram o material e fugiram, conforme os vigilantes da Uefs que notificaram a ação à Administração Central.

 

A Adufs-BA informou que a assessoria jurídica do sindicato acionará os órgãos competentes para identificar e responsabilizar os agressores. A Reitoria da Uefs se manifestou em repúdio “às atitudes perpetradas por essas pessoas e grupos, e conclama a comunidade universitária a se mobilizar e seguir firme no propósito de defender os valores humanistas e civilizatórios, sem os quais não há como construir uma nação democrática, plural e livre”. A Diretoria do ANDES-SN também publicou nota condenando os ataques. 

 

Outdoor danificado

 

Em Ilhéus (BA), um dos outdoors da campanha do ANDES-SN “Votar em Lula para Derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas” foi destruído, conforme divulgado no dia 14 de outubro pelo Sindicato Nacional. A depredação ocorreu menos de 72 horas após o serviço ter sido contratado pela Associação de Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (Adusc). Para a Seção Sindical, o episódio exibe a postura antidemocrática e violenta dos defensores de um governo fascista, que desconhecem as premissas da liberdade de expressão e atuam para o silenciamento dos seus opositores.

 

 

Faixa

 

Na ADUA, uma série de intimidações tem ocorrido em função da uma faixa com dizeres “Fora Bolsonaro”, na fachada da sede da Seção Sindical. Desde a afixação do material, apoiadores do presidente têm sido flagrados filmando, fotografando e, em alguns casos, até tentando intimidar os funcionários do sindicato ao questioná-los sobre a faixa.

 

Em um dos episódios ocorridos no dia 19 de agosto, um homem que se identificou como líder do Movimento Conservador do Amazonas publicou um vídeo em uma de suas redes sociais, dizendo que “estava a caminho de comprovar uma denúncia de crime eleitoral dentro da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)”. A ADUA repudia toda e qualquer forma de intimidação e ameaça e ressalta o direito constitucional à livre manifestação política.

 

Fonte: com informações do ANDES-SN



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