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  19/09/2022



Movimento Luta Popular lança manifesto contra fome, miséria, desemprego, despejo e Bolsonaro



 

 

O Movimento Luta Popular lançou um manifesto em que denuncia a profunda crise social brasileira e aponta a necessidade de luta e unidade para pôr fim a situação. São milhões de desempregadas e desempregados, milhares de pessoas em situação de rua e muitos contando apenas com os benefícios do Estado e/ou a solidariedade para sobreviver.

 

O “Manifesto contra a fome, a miséria, o desemprego, despejos e Bolsonaro” destaca os ataques que o povo sofre a longo de toda a história do país e se intensificaram, principalmente, no governo de ultradireita de Jair Bolsonaro.

 

O Movimento Popular organiza trabalhadoras e trabalhadores, principalmente os mais pobres, a partir do território onde vivem.

 

Confira abaixo o documento completo:

 

 

MANIFESTO DO LUTA POPULAR CONTRA A FOME, MISÉRIA, DESEMPREGO, DESPEJOS E BOLSONARO. VEM AÍ O MOVIMENTO DOS 33!

 

Somos os 33 milhões de famintos deste país. Mas somos, na verdade, muitos mais!  Somos mais de 127 milhões de pessoas que não têm certeza se vão comer hoje! A cada 10 pessoas, 7 ganham até 2 salários mínimos. Somos a maioria!

 

São milhões de desempregados Brasil afora. São milhares de pessoas morando nas ruas. São incontáveis pessoas que só têm os poucos benefícios do Estado ou a solidariedade de outros trabalhadores e trabalhadoras pra sobreviver.

 

Com essa renda é impossível sustentar nossas famílias! O preço dos alimentos não para de subir e a nossa realidade é o aumento da FOME! Estamos cozinhando com lenha porque não temos dinheiro pra comprar gás. A miséria, que nunca deixou de existir, está cada vez batendo com mais força à nossa porta!

 

O governo Bolsonaro é um governo de morte. Os ataques que nosso povo vem sofrendo há mais de 500 anos, e que continuaram nos governos da democracia dos ricos, tem se intensificado e não suportamos mais.

 

Não suportamos mais enterrar nossos mortos pela polícia. Não suportamos mais ser humilhados nas filas dos hospitais e dos supermercados. Não suportamos mais negar a possibilidade de comida na boca dos nossos filhos. Não suportamos mais ter nossos territórios saqueados e sermos arrancados do direito de morar, plantar e viver.

 

Sabemos que o auxílio emergencial de R$ 600 só foi aprovado com fins eleitoreiros e é insuficiente para as nossas necessidades. Além disso, quando esse dinheiro chegar, o valor já vai ter sido corroído pela inflação. Em dezembro esse auxílio vai acabar, mas a nossa situação é uma emergência que não vai acabar depois das eleições. Bolsonaro está se lixando para nossas vidas!

 

A situação tá crítica e a tendência é piorar ainda mais, porque no mundo todo tem a chamada "crise econômica", onde os de cima continuam arrancando mais ainda dos de baixo. Enquanto aumentou o número de bilionários, aumentou o número de famintos em todo o planeta. A pobreza da maioria é o que garante a riqueza de poucos!

 

Antes mesmo do dinheiro do auxílio cair na nossa conta e de a gente saber se nosso benefício foi aprovado, os bancos já estão ligando nos assediando pra oferecer empréstimo. Isso é um absurdo que só favorece os bancos. Os juros são muito maiores do que as taxas médias e eles vão lucrar ainda mais às nossas custas! O governo está fazendo um verdadeiro esquema de agiotagem com os bancos pra fazer com que o dinheiro público, que deveria ser pra garantir saúde, educação, saneamento, moradia, transporte e alimentos pros mais pobres, só passe pela nossa mão e vá direto pro bolso dos banqueiros. É uma covardia enricar os bancos à custa do endividamento de quem está no desespero pra sobreviver. Isso se chama EXPLORAÇÃO!

 

Outra situação dramática que vivemos é a da falta de garantia de um teto pra viver. São quase 7 milhões de famílias que não tem moradia digna no nosso país. A lógica predatória do capitalismo, onde o lucro esmaga a vida, coloca o despejo como risco constante. São mais de meio milhão de pessoas que podem ir pro olho da rua a partir de 31 de outubro, quando acaba a suspensão dos despejos determinada pelo STF.

 

Além disso, os povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que resistem em seus territórios, pagam com a vida, mortos por milicias e pela polícia. A devastação ambiental agravada no governo de Bolsonaro, destrói as riquezas do país e aumenta a fome e a miséria das comunidades rurais. Eles nos expulsam e roubam nossas terras, que nos dão sustento pra viver, para que o agronegócio produza alimentos em abundância, que daria pra alimentar a todas e todos, enquanto o povo passa fome.

 

A agressão à natureza que aumenta catástrofes de incêndio no tempo seco e tempestades nas épocas de chuva, que se soma à falta de saneamento básico na periferia, também faz com que existam milhares de desabrigados. A terra deve ser de quem dela faz uso pra morar, pra plantar e pra viver! E não pode ser tomada por quem faz uso dela pra lucrar à custa da destruição de nossas vidas e do planeta!

 

A luta da campanha "Despejo Zero no campo e na cidade!" mostrou a força dos movimentos quando estamos unidos em defesa da "terra e da moradia pela vida!". A nossa ação conjunta é capaz de muito mais, pois temos condições de parar esse país e exigir o fim desse massacre e a garantia de permanência nos nossos territórios com dignidade e condições adequadas.

 

Toda essa situação de dificuldade não vai mudar com as eleições. Mais uma vez, os de cima tentam nos fazer acreditar que votando as coisas vão melhorar. Mas sabemos que, se precisamos urgentemente de uma mudança radical nas coisas, isso não vai acontecer através das urnas!

 

A democracia, mesmo limitada para nós, e que foi duramente conquistada pela classe trabalhadora que derrotou a ditadura militar, é constantemente ameaçada por esse governo de milicianos que elogia torturador e assassinos. Bolsonaro conta com um enorme contingente de apoiadores armados e dispostos a defender suas ideias contra o povo. Isso exige de nós, mais ainda, o fortalecimento da autodefesa!

 

Nós, do Luta Popular, acreditamos que o caminho é a auto-organização dos de baixo pra derrubar os de cima e construir uma nova sociedade onde seja nosso povo, nossa classe, a ditar os rumos das coisas.

 

O mundo novo que precisamos só será possível se for a gente mesmo a decidir e governar as coisas, diretamente, de forma coletiva, a partir das nossas realidades e das nossas necessidades.

 

É por isso que as ocupações são, pra nós, tão importantes. Nelas, mesmo com toda a precariedade e privações, experimentamos um autogoverno dos de baixo, onde quem decide as coisas é o povo coletivamente em assembleia, e quem faz as coisas somos nós mesmos juntos!

 

E se conseguimos, com isso, construir verdadeiros bairros onde quem manda é o povo e onde temos garantidos direitos e condições de vida que não temos normalmente nas periferias, imagina o que seríamos capazes de fazer se estivesse na nossa mão tudo que tá na mão deles?! As fábricas, as terras, os hospitais, as escolas, os meios de transporte, os meios de comunicação, as máquinas das Prefeituras, o conhecimento que eles guardam.

 

Se em cada lugar em que a gente mora, vive, circula ou trabalha, a gente tivesse comitês populares onde seja o povo que discuta, pense, decida e governe, as coisas poderiam ser diferentes!

 

Não passaríamos fome, porque produziríamos alimentos de outra forma e distribuiríamos para todos. Não ficaríamos agonizando esperando exames, tratamentos e remédios. Não deixaríamos nossas crianças e jovens sem perspectiva de futuro porque poderíamos pensar escolas do nosso jeito, pra termos todos os conhecimentos e criarmos novas ideias que nosso povo precisa pra mudar a realidade. Construiríamos casas de qualidade para todos, saneamento, e tudo que precisamos pra morar com dignidade.

 

Teríamos descanso, teríamos lazer, poderíamos viver em paz! O mundo seria comandado pelas nossas necessidades, interesses e bem-viver, e não pelo lucro!

 

Esse manifesto é um chamado a todas e todos, pra que a gente fortaleça nossa luta e possa derrotar esse governo, porque não podemos mais tolerar a fome, a miséria, o desemprego e os despejos!

 

Mas esse governo, mesmo que perca nas urnas, não vai ser derrotado definitivamente nas eleições. Precisamos que toda nossa revolta, insatisfação e até nosso medo, desague nesse mundo novo que tanto precisamos! Que será construído a partir da nossa luta, nas ruas, nos bairros, nos nossos locais de trabalho, nas escolas.

 

Por isso, nesse mês de setembro precisamos ser muito mais fortes! Esse é o movimento dos 33! Somos muitos mais, somos milhões e somos a maioria!

 

Vamos pra rua, defender nossos direitos e reivindicações, não pra defender os candidatos que têm discursos de oposição, mas na prática estão aliados aos de cima (grandes empresários, banqueiros e milionários), e que continuarão governando em defesa do capitalismo. Não iremos iludir a classe trabalhadora e o povo, dizendo que as eleições vão mudar nossa vida.

 

Vamos ORGANIZAR OS DE BAIXO, PRA DERRUBAR OS DE CIMA e CRIAR COMITÊS POPULARES PRO POVO POBRE E TRABALHADOR GOVERNAR!

 

Fonte: com informações da CSP-Conlutas 



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