Há 15 anos a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, em parceria com dezenas de movimentos sociais, lançam o anuário “Direitos Humanos no Brasil” para denunciar e acompanhar a luta dos movimentos e organizações pelo Brasil.
A avaliação é de que, neste ano, as lutas não foram tão efervescentes quanto em 2013. No entanto, há um alerta para a violência institucional contra os direitos humanos, principalmente, quando olhamos para a equipe econômica do segundo mandato de Dilma. A avaliação é de Guilherme Delgado, doutor em Economia pela Universidade de Campinas (Unicamp), além de conselheiro da Rede Social e autor do prefácio da nova edição do anuário.
“Grande parte dos economistas que vão sentar com a presidenta nesse segundo mandato tem visões mais ortodoxas. Eles são famosos por apresentarem propostas de corte nos direitos do cidadão como nas pensões, aposentadorias e seguro desemprego. Essa violência institucional também é uma violação dos direitos humanos”, alertou.
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Sobre as propostas de criminalização dos movimentos sociais, como os projetos de leis antiterrorismo, Delgado avalia que sua aprovação ou não depende da importância que o Poder Executivo der para elas, mas que não acredita “que iniciativas como essas sejam aprovadas, pois elas não estão mais na ordem do dia e os grupos neofacistas ainda são minoria no Congresso”.
Questão agrária
É no campo que mora a principal preocupação dos defensores dos direitos humanos. A paralisação da reforma agrária e das demarcações de terra nos últimos anos e as constantes tentativas de avanços contra os direitos dos povos originários é alvo de inúmeras críticas de movimentos por todo o Brasil.
“Esse é um tema que afeta o meio ambiente como um todo. A terra, a água, os assentados, as populações originárias. Precisamos avançar muito nesse tema porque ele está paralisado há muito tempo”, finalizou Delgado.
O lançamento do livro Direitos Humanos no Brasil em 2014, será realizado nesta quarta-feira (10) às 18 horas, no Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245), em São Paulo. Uma homenagem a Plínio de Arruda Sampaio e Dom Tomás Balduino também será realizada.
Fonte: Brasil de Fato |