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  19/04/2022



19 de abril – Dia dos Povos Indígenas



 

Neste dia 19 de abril, Dia de Luta e Resistência dos Povos Indígenas, urge a necessidade da defesa da vida dos povos originários do Brasil. Povos que não podem ser reduzidos ao termo pejorativo de “índio”, desconsiderando a existência de mais de 900 mil indígenas, pertencentes a 305 etnias, falantes de, pelo menos, 247 línguas em todo o território brasileiro. 

 

Neste Brasil, onde o governo federal é uma das principais ameaças, que leva fome, miséria e morte aos territórios indígenas, resta manter a luta contra o garimpo ilegal e a defesa da demarcação de terras indígenas.

 

“Precisamos garantir nosso território, porque se a gente se ajoelhar agora, eles vão tomar”, declara a líder ativista pelo meio ambiente, Alessandra Munduruku, no episódio 201 do podcast Vozes no Planeta.

 

Ao longo dos anos, as mulheres indígenas têm protagonizado forte luta para garantir seus direitos.

 

“Não podemos seguir sendo violentadas e assassinadas. Queremos fortalecer essa luta para além do chão da aldeia, para também construirmos políticas específicas, adequadas às nossas realidades. Lutar por direito não é pedir favor, porque direito não se agradece, direito se implementa”, afirmou a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, em coletiva de imprensa no 18º Acampamento Terra Livre 2022 (ATL), que reuniu mais de 7 mil, durante 10 dias de ocupação na capital federal, neste mês de abril, com realização de plenárias, debates, palestras e atos públicos.

 

Neste dia, não há o que se comemorar, conforme afirmou o indígena e doutor em educação, Daniel Muduruku, em entrevista à BBC News. “Quando a gente comemora o Dia do Índio, estamos comemorando uma ficção". E complementa: “A palavra 'indígena' diz muito mais a nosso respeito do que a palavra 'índio'. Indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros".

 

A política de Jair Bolsonaro e o contexto de descaso com a vida dos povos indígenas se agravou com a pandemia da covid-19.

 

Neste dia, é importante não esquecer que muitos são os ataques sofridos pelos povos indígenas, desde 1500 até os dia atuais como da Aldeia Xipaya; o Massacre do Rio Abacaxis (AM), que matou quatro ribeirinhos e dois indígenas Munduruku, ocorrido em agosto de 2021; a morte de dois meninos Yanomamis, de 7 e 5 anos de idade, que foram sugados por uma draga de extrair minério na região do rio Uraricuera, no município de Alto Alegre (RR), no dia 12 de outubro (Dia das Crianças); os casos de intimidação, cárcere privado, tortura e assassinatos na Terra Indígena Serrinha, no Rio Grande do Sul; o ataque virtual à aula do vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa, em outubro do ano passado, e a condição de crianças Yanomami à vunerabilidade de doenças, em Xaruna, na região da Serra do Parima, município de Alto Alegre.

 

A conjuntura mostra que importa defender e ressoar as vozes dos povos indígenas, uma das bandeiras de luta da ADUA, em defesa da vida e dos territórios dos povos originários, assim como defende o coordenador jurídico da Apib, Eloy Terena, em sua página de Instagram: “No dia 19 de abril não quero seu ‘parabéns’, nem ‘feliz dia do índio’. Eu quero respeito aos povos indígenas, nossas terras demarcadas e livre de garimpeiros e agrobanditismo. Fora #ecocriminalidade das terras indígenas”.  

 

Do sangue indígena nenhuma gota a mais!

 

 

Fontes: ADUA com informações do G1, IBGE, Nexo, BBC News, Apib e O Eco

 

Imagem: Foto1: Ricardo Stuckert ; Foto 2(editada): Apib/divulgação

 

Leia também:

Nota Pública da ADUA pelo Dia de Luta dos Povos Indígenas do Brasil - 19 de abril de 2022



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