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Renda encosta na dívida e trabalhador corre risco de ficar inadimplente



O brasileiro está ‘no fio da navalha’: não tem folga no orçamento para ampliar as compras financiadas de itens de maior valor, como carro e eletrônicos, e corre maior risco de ficar inadimplente.

É que a renda do trabalhador com carteira assinada cresce no mesmo ritmo do encarecimento do crédito. Com isso, se houver alta adicional no juro, poderá faltar renda para bancar a prestação, revela estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Segundo o estudo, a prestação de um financiamento de R$ 1.000 assumido pelo consumidor nas condições vigentes de juros e prazos médios de junho, o último dado disponível do Banco Central (BC), foi de R$ 39,87.

A cifra é 3,5% maior do que a prestação de R$ 38,54 de um empréstimo do mesmo valor contraído um ano atrás, de acordo com juros e prazos médios da época.

A variação do valor da prestação desconta a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O estudo da CNC, feito com base nos dados do BC e do Cadastro de Empregados e Desempregados, mostra que a massa real de salários dos trabalhadores formais cresceu 3,6%, entre junho de 2013 e junho deste ano. Foi praticamente a mesma variação da prestação.

“Estamos, hoje, no limite de uma possível pressão de aumento da inadimplência”, afirma Fábio Bentes, economista da CNC. Se o juro ao consumidor, de 43% ao ano, hoje no maior nível desde abril de 2009, subir, não haverá avanço na renda do trabalho formal que dê conta do encarecimento da parcela do financiamento”, avalia ele.

O calote do consumidor nos empréstimos com recursos livres estava, em junho, em 6,5%, segundo o BC. A previsão da CNC é que o calote feche o ano em 6,9%.
 
De toda forma, pelo lado da renda, o cenário não é promissor. Em 2013, 95% das categorias profissionais analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese conquistaram reajustes médios de 2,8% acima da inflação para os pisos salariais, a metade da correção obtida em 2013.

A tendência para este ano é que as negociações possam ter um ligeiro recuo ou, na melhor das hipóteses, repitam o nível de reajuste de 2013, segundo o Dieese.

Fonte: Portal D24AM



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