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  29/03/2022



Suspeito de envolvimento em esquema com pastores, ministro da Educação de Bolsonaro pede exoneração



Caiu nesta segunda-feira (28) mais um ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, após revelação na imprensa de que Milton Ribeiro favorecia pastores evangélicos na liberação de verbas do Fundo Nacional da Educação (FNDE), a pedido do presidente da república. A informação da existência desse “gabinete paralelo” no Ministério da Educação (MEC) foi revelada em áudio divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, no último dia 21.

 

A exoneração de Ribeiro foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na tarde de segunda. Diante das suspeitas, o agora ex-ministro está sendo alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF), e também foi chamado a comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Na conversa gravada e divulgada pelo jornal, Milton Ribeiro afirma que recebeu um pedido de Jair Bolsonaro para que a liberação de verbas do MEC fosse direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos - Gilmar Santos e Arilton Moura - que não possuem cargos no governo federal.

 

O atual secretário-executivo do MEC, Victor Godoy Veiga, deve substituir Ribeiro no cargo. Milton, que é pastor presbiteriano e professor, foi o quarto ministro da Educação de Bolsonaro a deixar o posto. Com a saída dele, chegam a cinco os nomes que ocuparam o ministério no atual governo.  

 

Cortes no Orçamento

 

Enquanto o “gabinete paralelo” do MEC funcionava, o orçamento do MEC caiu de R$ 6,9 bilhões para R$ 6 bilhões de 2020 para 2021. Em 2018, o orçamento da pasta era de R$ 7,5 bilhões. Entidades representativas do setor da Educação – ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe – divulgaram uma nota conjunta, na quarta (23), cobrando a demissão do ministro.

 

A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), entidades que atuam em defesa da educação, em nota conjunta, cobraram transparência e impessoalidade e afirmaram que Ribeiro "perdeu todas as condições" de exercer o cargo.

 

Foto: Cristiano Mariz/Reprodução

 

Fontes: com informações da CNN, Correio Braziliense, G1, Estadão, Metrópoles e ANDES-SN.



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