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Amazonas é o segundo pior da Região Norte na conclusão do Ensino Médio



Apenas três em cada dez jovens de 19 anos concluíram o Ensino Médio no Amazonas. Segundo os dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2014, levantamento da ONG Todos pela Educação, o resultado está bem abaixo do índice nacional que aponta que metade (51,8%) dos jovens nessa faixa etária terminaram os estudos do segundo grau. O resultado do Estado (35,4%) é o segundo pior da Região Norte, atrás apenas do Pará com 35,3%.

Para o mestre em Educação e professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Jacob Paiva, a rede escolar deficiente é um dos principais fatores de influência na evasão escolar de jovens.

“A formação inadequada desde o ensino infantil prejudica e desestimula a educação dos jovens, que muitas vezes precisam trabalhar para ajudar a família ou no caso das meninas que engravidam cedo”, explica.

Compreender a origem desta distorção é um dos primeiros passos para corrigir essa defasagem, avalia o professor Paiva. “Quanto mais crianças e jovens estiverem fora do tempo correto da grade curricular mais difícil será mantê-los na escola”, alerta.

De acordo com o estudo da ONG Todos Pela Educação, o ritmo de crescimento do percentual de jovens que logram concluir o Ensino Médio até os 19 anos vem diminuindo desde 2009 no País.

Esse é um indicador importante que reflete o fato de uma parcela significativa da população, com idade entre 15 e 17 anos, abandonar a escola precocemente ou ficar retida na etapa anterior, o Ensino Fundamental.

“O que as altas taxas relacionadas ao fracasso escolar nos mostram claramente é que só estar na escola não basta. As crianças e os adolescentes precisam aprender os conteúdos correspondentes, se desenvolver e concluir a escolaridade na idade esperada. É preciso desnaturalizar o fracasso escolar. Repetir não pode ser aceitável e muito menos corriqueiro”, destaca no estudo o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Brasil, Gary Stahl.

Creche

Quando avaliada a presença das crianças de 0 a 3 anos na escola, os resultados são ainda mais preocupantes. Enquanto no País 23,5% das crianças nessa faixa etária frequentam a escola, no Amazonas são apenas 6,2%.

O déficit de creches em Manaus é o principal fator desse baixo índice, avalia a pedagoga e docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Michelle Bissoli. “Mesmo a média nacional é preocupante, pois significa que 80% das crianças pequenas estão sendo privadas de um direito constitucional”, destaca.

Seduc contesta resultados

A gerente de pesquisa e estatística da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Silvana Moraes, contestou os métodos do estudo que utiliza como base os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“No levantamento, eles utilizam números de amostragem da população e comparam com as matrículas que são números totais. Isso pode causar distorções”, ressalta.

Para a Seduc, houve um crescimento de matrículas no Ensino Fundamental, da faixa etária de 7 a 14 anos, de 89,9%, segundo o Censo do IBGE de 2000, para 94,6%, em 2010.

Quanto ao alto índice de jovens de 19 anos que ainda não concluíram o Ensino Médio, a gerente de pesquisa da Seduc ressalta que apesar do resultado ser alarmante, o fluxo de entrada dos estudantes na escola está ocorrendo mais cedo e a cada ano as taxas de aprovação são melhores.

Segundo dados da Seduc, a proporção de alunos na idade adequada cresceu nos últimos cinco anos. Enquanto em 2010 a distorção era de 58,8%, atualmente é de 53,5%. “Queremos garantir que o aluno mantenha um fluxo regular”, disse Moraes.

Fonte: D24AM



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