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  04/01/2022



Salário mínimo não teve aumento real, aponta Relatório Técnico



 

O ano de 2022 iniciou com um novo salário mínimo, porém o valor mais uma vez não representa aumento real, é o que aponta o Relatório Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

Subindo de R$ 1.100 para R$ 1.212, o valor apenas acompanha a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente ao ano de 2021, estimada em 10,18%.

 

O aumento do salário mínimo foi publicado no dia 31 de dezembro de 2021 no Diário Oficial da União (DOU). A sua principal expectativa é garantir o poder de compra da população, porém esse objetivo está mais difícil de ser alcançado na prática, devido ao custo de vida de milhares de brasileiros e brasileiras ter aumentado nos últimos meses, principalmente com a subida do preço de itens básicos, como alimentação, luz, água, gasolina e gás de cozinha.

 

Cerca de 56,7 milhões de trabalhadores(as) tem o salário mínimo como referência no Brasil. “Isso significa que aqueles trabalhadores com renda muito próxima ao salário mínimo foram os mais afetados com o rebaixamento drástico do poder de compra”, afirma a nota técnica.

 

Insuficiente

 

Em Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos feita em 17 capitais do país, o Dieese aponta que em novembro do ano passado houve aumento no custo da cesta básica. O valor não é suficiente para comprar sequer duas cestas básicas de alimentos, composta por 13 itens.

 

O preço mais baixo da cesta básica foi encontrado em Aracaju (SE), por R$ 473,26 (46,5% do salário mínimo), e o preço mais alto, de R$ 710,53 (aproximadamente 70% do salário mínimo), foi registrado em Florianópolis.

 

Em julho de 2021, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado (CDC/ALE) divulgou pesquisa que apontava a alta de 6,51% no preço da cesta básica em Manaus. Já um estudo feito pela Associação Amazonense de Municípios (AAM), divulgado em fevereiro do ano passado, demonstrava que os preços de produtos básicos no interior do Estado do Amazonas aumentaram durante a pandemia da covid-19, revelando alto custo de vida das famílias que vivem nessas regiões. 

 

Segundo o Dieese, ao considerar as necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor necessário deveria estar em quase R$ 6 mil (R$ 5.969,17, referente ao mês de novembro de 2021).

 

Este é o terceiro ano consecutivo que o salário mínimo sobe, mas sem garantir aumento real ao trabalhador(as), com possibilidade de perda de recursos devido a inflação crescente, que pode elevar os preços dos principais itens que compõem o orçamento familiar, como alimentação e bebidas, transporte e habitação, a exemplo do que ocorreu em 2021.

 

 Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

 

Fontes: Com informações do Dieese, CSP-Conlutas, Correio do Estado, 18 horas e D24am.  



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