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  18/11/2021



Jornada de Lutas contra a PEC 32 realiza ato em defesa de negros e negras



 

Dandara, Marielle Franco, Zumbi dos Palmares e Mestre Moa foram personificados em um ato público em defesa da vida de negros e negras durante manifestação de servidores públicos e servidoras públicas nesta quarta-feira (17), contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, em Brasília (DF). A reforma, se aprovada, atingirá toda a população brasileira, principalmente a população pobre e negra, porque destrói os serviços públicos e aumenta a desigualdade social e econômica. O ato também foi um recado de resistência diante da tentativa de repressão policial à intervenção artística e ao ataque racista sofrido pelos e pelas manifestantes no aeroporto de Brasília, durante manifestação ocorrida na terça (16). No mês de novembro, as atividades para derrubar a Reforma Administrativa se somam à celebração do mês da Consciência Negra, fortalecendo os atos que culminam no dia 20 de novembro.

 

Entoando palavras de ordem contra a PEC 32 e a PEC 23 ("PEC dos precatórios”), em defesa da vida e contra o governo de Jair Bolsonaro, os e as manifestantes marcharam do Espaço do Servidor, no bloco C da Esplanada dos Ministérios, até a praça dos Três Poderes. Na praça, onde se localizam o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, foi realizada uma performance para lembrar que o sangue da população brasileira escorre das mãos dos que estão no poder.

 

“O ato hoje teve como objetivo lembrar os nossos mortos, principalmente os nossos mártires negros. Fizemos na Praça dos Três Poderes exatamente significando o pedido de justiça em todas as esferas. (...) A ideia era lembrar nossos ancestrais que morreram, que deram suas vidas para que pudéssemos hoje estar resistindo e lutando pelos nossos direitos. Lembramos também os mais de 600 mil mortos da pandemia. Lembramos também as milhares de pessoas, em sua maioria negra, que hoje não têm seus direitos respeitados e cumpridos, que estão com fome e que, em muitos lugares, ainda estão lutando por vacina. E cobramos também justiça para Marielle Franco”, afirmou a 2ª vice-presidente do ANDES-SN, professora Zuleide Queiroz. 

 

Durante o trajeto na Esplanada dos Ministérios até a praça, o grupo de manifestantes foi acompanhado por policiais militares, que tentaram impedir a performance artística. “Eles quiseram recriminar o movimento, dizendo que a gente não podia sujar o espaço, que a praça era um monumento, e querendo saber quem eram os líderes daquele movimento. Foi repressão o tempo todo para cima da gente. Mas, assim mesmo, garantimos a atividade. Alegamos que era nosso direito protestar e que estávamos fazendo um ato pacífico. Terminamos o ato, mas sob forte repressão policial”, relatou Zuleide.

 

 

Luta permanente  


Essa é a 10ª semana de manifestações contínuas para barrar a reforma Administrativa. Ainda na tarde da quarta-feira (17), as servidoras e os servidores continuaram o protesto contra as PECs 32 e 23 em frente ao Anexo 2 da Câmara dos(as) Deputados(as).

 

A mobilização contou com a apresentação cultural do grupo Obará, que objetiva divulgar e manter viva a cultura Afro-Brasileira.

 

Os servidoras e servidores mantêm a mobilização no aeroporto de Brasília e visitas aos gabinetes de parlamentares, com participação em audiências públicas. O objetivo é fortalecer a pressão para que os e as parlamentares se posicionem contrários à Reforma Administrativa.

 

 

Ataque racista

 

Durante protesto no Aeroporto de Brasília, na terça-feira (16), um grupo de manifestantes foi alvo de um ataque racista.

 

Um homem, ainda não identificado, despejou conteúdo de uma lata de lixo na direção do grupo de manifestantes e da 2ª vice-presidente, do ANDES-SN, Zuleide Queiroz, que discursava sobre a importância do 20 de novembro e cobrava resposta ao assassinato de Marielle Franco.

 

Diretoras do sindicato nacional registram um boletim de ocorrência sobre o ato racista e o sindicato nacional solicitou à polícia e à administração do aeroporto as imagens do circuito interno para que o homem possa ser identificado e punido por desempenhar atos racistas.

 

Foto: ANDES-SN 

 

Fonte: com informações do ANDES-SN

 

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