Mais de seis mil policiais federais aderiram, nesta terça-feira (11), ao Dia de Paralisação proposto pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e pelos sindicados da categoria nos 26 estados e no Distrito Federal em protesto por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. No seu site, a entidade informa que, em Brasília, 70% da categoria está paralisada.
Jonas Leal, presidente da Fenapef, disse que, apesar do número de adesões, a paralisação não atinge serviços, como emissão de passaporte, plantão nas delegacias e fiscalização nos aeroportos. “Acreditamos que entre 60% e 70% do efetivo estejam paralisados no dia de hoje. Esse movimento não visa a atrapalhar o dia a dia da sociedade. Estão paradas todas as investigações, as delegacias de Entorpecentes, Fazendária, Marítima”, explicou Leal à Agência Brasil. Uma nova paralisação está programada para os dias 25 e 26 de fevereiro.
Numa concentração em frente ao “Máscara Negra” – edifício sede da PF, em Brasília –, policiais federais protestaram com uma encenação da polícia doente, numa maca, com balão de oxigênio, máscaras cirúrgicas e soro, simbolizando a deplorável situação do órgão, em referência ao Dia do Enfermo. Um policial foi enrolado com ataduras e deitado em uma maca para receber soro.
A categoria reclama de que recebem tratamento diferenciado em relação a outras categorias do funcionalismo federal e que o salário é apenas um dos itens que compõe as reivindicações. “O que mais atrapalha a situação do policial federal hoje é o assédio moral, falta de efetivo, colegas doentes, falta de gestão no órgão. A nossa pauta com o governo é gigantesca”, frisou o presidente da Fenapef.
Jones Leal disse que há um “mito” de que os policiais federais recebem altos salários. Segundo ele, atualmente, um agente da PF recebe, em média, R$ 5,5 mil líquidos. “O policial tem o risco de morte, dedicação exclusiva, vai para uma fronteira, onde terá de alugar um imóvel e se distanciar da família. Ou seja, com isso, logo após assumir as lotações, os novos agentes estão abandonando a carreira”, alertou.
Campanha Salarial Unificada 2014
Em uma reunião ampliada do Fórum dos SPF, realizada em Brasília, na sexta-feira (7), os dirigentes sindicais constataram a necessidade de construção de uma greve unificada para pressionar o governo a atender às reivindicações unificadas e específicas de cada setor.
Está prevista uma atividade nacional em março, com data prevista para dia 19; a manutenção da indicação do início da greve para a segunda quinzena de março, e a divulgação de três moções de apoio à greve dos rodoviários de Porto Alegre, dos servidores da saúde, do Rio de Janeiro; e dos trabalhadores dos Correios.
O lançamento nacional da campanha e nos estados ocorreu, respectivamente, nos dias 5 de fevereiro e 22 de janeiro, respectivamente. Em seguida, foi realizado um seminário sobre relação da dívida pública com os cortes e as negativas do governo em atender às pautas dos servidores com a Auditoria Cidadã da Dívida, na quinta-feira (6).
* Com informações da Fenapef e da Agência Brasil
* Foto: Camargo/ABr
Fonte: ANDES-SN |