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  17/06/2021



Corte de Bolsonaro no orçamento da educação prejudica alunos vulneráveis



 

O corte do governo de Jair Bolsonaro de até 36% na verba deste ano das universidades federais teve impacto, principalmente, no valor de bolsas pagas a estudantes vulneráveis. A redução no valor repassado paras as instituições prejudica, ainda, a execução de um Plano Sanitário para a retomada adequada às aulas presenciais.

 

Somente a Universidade Federal da Bahia (UFBA) perdeu R$ 30 milhões da verba total e precisou reduzir o valor da assistência estudantil, prejudicando cerca de 4.700 alunos e alunas. Um deles é o estudante de direito, indígena Kahu Pataxó. Com o corte do governo federal, a bolsa permanência de R$ 900 caiu para R$ 830 e o auxílio alimentação de R$ 400 para R$ 200. "É um dinheiro que uso para sustentar minha família, pagar o aluguel e a alimentação", afirmou.

 

O reitor da UFBA, professor João Carlos Salles, destaca que o orçamento de 2021 da universidade, que tem hoje 42 mil estudantes, é inferior ao valor do ano de onze anos atrás, quando a instituição contava com 27 mil estudantes matriculados. “É uma política de sucateamento", disse.

 

Na Universidade Federal do Acre (UFAC), o número de bolsas do governo federal teve queda de 44% em um ano (2020 a 2021). A instituição informou que, com o esse sufocamento, tanto a assistência estudantil quanto o retorno das aulas presenciais são prejudicados, uma vez que as universidades precisam de ainda mais recursos para adequar o ambiente às normas sanitárias, devido à pandemia da covid-19. 

 

"O retorno presencial não se dará em situação de normalidade. Há ambientes sem ventilação adequada e não posso mais colocar 60 alunos numa sala a menos de um metro de distância", afirmou a reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Ana Beatriz de Oliveira.

 

Além de não terem verba para a execução de um Plano Sanitário, as instituições de ensino estão sem dinheiro para pagar contas básicas como água, energia e manutenção. Universidades do Pará, do Acre, Rio Grande do Sul e São Paulo chegaram a anunciar a possibilidade de suspender as atividades a partir do segundo semestre deste ano.

 

Fonte: com informações da Folhapress e edição da ADUA

 



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