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Professores contestam obra que atenderá pós-graduação do ICHL da Ufam



A construção de um prédio de três andares destinado aos cursos de pós-graduação do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), levantou uma discussão entre docentes sobre os danos causados a um dos maiores fragmentos de floresta na área urbana de Manaus. De acordo com o projeto, os novos pavimentos vão ocupar uma área de pouco mais de 2 mil metros quadrados.

Um grupo de professores pediu da reitoria da universidade a suspensão da obra para discutir o problema. No documento, os docentes se mostram insatisfeitos com a localização do futuro prédio que será construído no lugar de uma área verde entre a Faculdade de Estudos Sociais (FES) e a Biblioteca do setor Norte da Ufam.

“A construção de estrutura física no local implica sérios problemas no que tange a depreciação ambiental”, descreve parte do documento assinado por sete professores, mais dois técnicos, e que foi entregue ao vice-reitor da universidade federal, Hedinaldo Lima.

Os professores afirmam que não são contra a construção do prédio, pois reconhecem que a demanda de cursos e de turmas de pós-graduação exige um espaço físico maior. No entanto, defendem que a floresta da universidade deve ser conservada. A área verde da Ufam corresponde a aproximadamente 700 hectares.

“Modificar, criar três andares, eu acredito que tem que ser a solução. O que não pode é se expandir arrasando a natureza. O que nós precisamos é verticalizar pra não ter que detonar essa área. De qualquer forma, as pessoas consideram uma pequena área, mas causa seu impacto. Com o tempo vamos sentir a transformação do espaço. Exemplo disso será a redução da fauna porque vai perdendo seu espaço”, defende o professor de Artes, Otoni Mesquita.

Alternativa

Mesquita não chegou a assinar o documento entregue ao vice-reitor, mas aderiu à causa dos demais professores. Ele sugere a elaboração de um projeto em que o prédio seja construído em parte do estacionamento do instituto, de modo que as vagas não precisassem ser extintas. “Essa obra trará benefícios no ponto de vista da academia, mas precisamos de mais soluções pensadas para que não destruam recursos naturais”, completou.

“A questão não é o prédio. É o local que será construído. A alegação da reitoria é de que ali será de menor impacto. A construção do prédio é uma questão ambiental, paisagística e também de bem-estar das pessoas que circulam na área. Nós já vivemos num lugar quente e isso vai causar impacto nesse sentido”, comentou o professor da Faculdade de Educação (Faced), Rosenir Lira, que assinou o pedido de suspensão da obra junto com mais seis professores.

Fonte: Portal A Crítica



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