Estudantes de Cinema e de Museologia da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal do Pará (Ufpa) estão em greve desde a última quarta-feira (3). A falta de salas de aulas foi o estopim para a deflagração da greve. Os estudantes exigem a conclusão das obras do prédio de Artes Visuais, além de transparência quanto aos investimentos realizados, aquisição de equipamentos e realização imediata de concurso para docentes e técnicos administrativos.
Na manhã desta segunda-feira (8), os estudantes saíram em caminhada pelas ruas do campus da Ufpa, expondo cartazes com as reivindicações que serão cobradas da Reitoria da universidade e diziam palavras de ordem, como “por melhoria na educação, entramos em paralisação” e “A FAV está em greve. Ô Reitoria, cadê o que nos deve”.
Durante a mobilização, os professores da FAV protocolaram um documento exigindo uma reunião com o reitor Carlos Maneschy, que recebeu um grupo de docentes e estudantes pela tarde para dar início às negociações. Na manhã desta terça-feira (9), a negociação continua em uma audiência com pró-reitores, no auditório do Instituto de Ciências da Arte.
Greve expõe farsa do Reuni
A greve dos estudantes expõe a ineficiência do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que estimulou uma expansão precária das universidades brasileiras. Os alunos sofrem na pele as consequências da abertura de vagas nas universidades federais sem os devidos investimentos para garantir infraestrutura e contratação de pessoal.
A estudante do 3° semestre de Cinema e Audiovisual, Flor de Liz, denunciou as condições precárias a que os alunos e professores são submetidos para poder desenvolver suas atividades. “O curso já existe há três anos e não tem equipamentos, pois ainda não foi feito nem o processo de licitação. Nós paramos para que possa haver condições de ensino”, revela.
Os estudantes defendem soluções urgentes para a precariedade de estrutura e para a insuficiência de pessoal, pois até agora apenas medidas paliativas foram tomadas. “Desde o início do curso, durante a implantação da primeira turma, há três anos, eles estão oferecendo medidas paliativas e isso está prejudicando a qualidade do ensino” acrescentou Flor de Liz.
Docentes também se mobilizam
Os professores da Faculdade de Artes Visuais também estão em mobilização, após reunião realizada nesta segunda-feira (8). Além de declarar apoio ao movimento dos estudantes, os docentes também incorporaram reivindicações na pauta protocolada junto à Reitoria da universidade. Os professores também exigem a conclusão das obras do prédio de Artes Visuais e cobram informações sobre as verbas do Reuni, além de aquisição imediata de equipamentos. A Diretoria da Adufpa tem acompanhado as mobilizações e prestado solidariedade aos estudantes e professores da FAV.
A professora Ana Lúcia Lobato, coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual, afirmou que os docentes julgam legítima a greve dos estudantes. “Nós entendemos que as reivindicações são legítimas, pois temos vários problemas de infraestrutura. Ainda não temos salas de aula suficiente, equipamentos e professores para dar conta do projeto pedagógico. Então, essa situação acabou expondo algo que já está acontecendo há algum tempo e, na opinião dos estudantes, ficou insustentável”.
Com edição do ANDES-SN
Fonte: Adufpa - Seção Sindical |