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  25/01/2021



ADUA e docentes do ICSEZ/Ufam emitem nota contra o descaso das autoridades em Parintins (AM) durante a pandemia



A ADUA e docentes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade Federal do Amazonas emitiram, nesta segunda-feira (25), uma nota pela vida e contra o descaso das autoridades no município de Parintins (AM) durante a pandemia da Covid-19. Colaborada pela má gestão dos governos federal e estadual, a pandemia já resulta na morte de 7 mil pessoas no Amazonas e mais de 250 mil infecções.

 

“O auge da crise pandêmica no Amazonas parece não ter fim. No início de 2021, a tragédia se amplia e nos enche de indignação: falta oxigênio para pacientes de COVID-19 no Estado. Dezenas de pessoas morreram asfixiadas nos hospitais, uma barbárie com requintes de crueldade. De quem é a responsabilidade por essas mortes? Onde estão as medidas concretas das autoridades competentes? Governo Federal? Governo Estadual? Municípios? Assumam sua responsabilidade!”, afirmam os/as docentes e a seção sindical no documento.

 

Leia abaixo a nota completa:

 

NOTA PELA VIDA E CONTRA O DESCASO DAS AUTORIDADES EM PARINTINS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

 

 

Vivemos a maior crise sanitária dos últimos 100 anos no mundo. A pandemia de COVID-19 já matou, só no Brasil, em números oficiais, mais de 220 mil pessoas. Uma tragédia de proporções catastróficas. O Governo Federal, sobretudo o Ministério da Saúde, tem agido de forma omissa e, em muitos casos, criminosa. O presidente da república, durante todo o ano de 2020, fez pouco caso da pandemia, incentivou aglomerações e a não utilização de máscaras protetoras, além do uso de medicação “preventiva” não comprovada cientificamente e rechaçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a suspensão do auxílio emergencial e a inexistência de uma política de renda mínima para as pessoas mais vulneráveis tem levado a fome e ao desespero milhares de famílias, uma tragédia anunciada.

 

No Amazonas, além da crise sem precedentes potencializada pelo Governo Federal, uma sucessão de erros, omissões, má gestão, denúncias de irregularidades e indiferença para com o sofrimento da população, fez com que o Estado chegasse, em dados de hoje, ao triste número de mais de 7.000 mortos, além de mais de 250.00 contaminados. As cenas traumáticas dos enterros coletivos nos cemitérios de Manaus ainda estão vivas, sobretudo para as famílias que perderam seus entes queridos e que nunca mais poderão vê-los. Não bastasse tudo isso, uma “segunda onda” de contaminações – prevista insistentemente por uma série de pesquisadores(as) de institutos e universidades públicas – mostra um grande aumento no número de contaminações, além de uma maior letalidade do vírus.

 

O auge da crise pandêmica no Amazonas parece não ter fim. No início de 2021, a tragédia se amplia e nos enche de indignação: falta oxigênio para pacientes de COVID-19 no Estado. Dezenas de pessoas morreram asfixiadas nos hospitais, uma barbárie com requintes de crueldade. De quem é a responsabilidade por essas mortes? Onde estão as medidas concretas das autoridades competentes? Governo Federal? Governo Estadual? Municípios? Assumam sua responsabilidade!

 

Vivemos tempos sombrios e em Parintins, segunda maior cidade do estado, a situação não é diferente, com dados oficiais de mais de 7 mil casos confirmados e 181 falecimentos em decorrência da COVID-19. O município, com mais de 110 mil habitantes, não possui Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em nenhum de seus hospitais. Em denúncia feita pela Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DEP-AM), divulgada nesse domingo (24/01), já há pessoas morrendo asfixiadas por falta de oxigênio em sua principal unidade hospitalar de referência, o hospital Jofre Cohen, que está lotado e não possui mais leitos disponíveis (disponível em: https.ly/3qScPxl).

 

No último dia 16/01 o prefeito de Parintins, Frank Bi Garcia, anunciou a aquisição de uma “fábrica de oxigênio” que estaria funcionando em 48h. O que revelou não ser suficiente. Com a rede de atendimento lotada e os profissionais da saúde exaustos, adoecidos, em número reduzido e em condições precárias, juntamente com a ausência de uma política mais restritiva de circulação de pessoas (lockdown), acrescentada a um número cada vez maior de contaminações, prevemos uma “tragédia dentro da tragédia” na cidade conhecida nacionalmente pelo maior festival folclórico da Região Norte se medidas emergenciais e concretas não forem feitas. Exigimos uma imediata resposta das autoridades competentes, sobretudo Prefeitura de Parintins e Governo do Estado do Amazonas, em relação as denúncias feitas nesse documento.

 

Parintins, 24 de janeiro de 2021

 

Assinam:

 

ADUA - Seção Sindical do ANDES-SN

Adelson da Costa Fernando

Alice Alves Meneses Ponce de Leão

Andes/SN

Andreza Gomes Weil

Angela Maria da Silva Lehmkuhl

Carlos Jorge Barros Monteiro

Claudia Carnevakis de Mello

Colima - Coletivo Mulheres de Fibra da Amazônia

Danilza de Souza Teixeira

David Huxiley dos Santos Cardoso 

Dayana Cury Rolim

Dejanete Francisca de Andrade Freitas

Ericky da Silva Nakanome

Fabiana Ferronha Wielewicki

Gladson Rosas Haradou

Lucas Milhomens Fonseca

Marcelo Rocha Radicchi

Marcelo Rodrigo da Silva 

Maria Audirene de Souza Cordeiro 

Maria das Graças Pereira Soares

Maria Eliane de Oliveira Vasconcelos

Mariana Pereira de Andrade

Marinez França de Souza

Michel do Vale Maciel 

Milena Barroso

Patrício Azevedo Ribeiro

Sandra Damasceno da Rocha

Sandra Helena da Silva

Sandréia Pantoja Lobato

Soraia Maria Castro e Castro

Soraya Farias de Andrade Freitas

Soriany Simas Neves 

Thiago Cardoso Franco

Thiago de Souza

Valmiene Florindo Farias Sousa

 

Foto: Dsei Parintins



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