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  00/00/0000 - por Lino João de Oliveira Neves



O reitor que continuo querendo



Por ocasião da última eleição para a reitoria da UFAM (em 2005) publiquei, em um dos jornais da cidade, um artigo com o título “O reitor que eu quero”*.

Saudosista que sou, e motivado pelas manifestações dos (5) grupos que mais diretamente se mobilizam para as eleições de abril próximo, voltei a reler o artigo de 2005. E percebo que pouca coisa mudou em relação ao reitor que continuo querendo para a universidade que quero, uma universidade pública, gratuita, de qualidade e democrática.

Em 2005, dizia eu:

"O reitor que eu quero"

Durante os meses de janeiro e fevereiro a UFAM está de férias. Contudo, quando março chegar não será apenas a volta às aulas que irá marcar a vida universitária. Neste ano, juntamente com o retorno dos antigos alunos e a chegada dos calouros, o campus universitário será ocupado pelas discussões sobre o processo sucessório da nova reitoria.

Neste período de férias, em conversa com uma colega, fui questionado sobre o reitor que eu quero para a UFAM. Esta pergunta, na verdade nem tão descomprometida como minha colega pretendia insinuar, fez-me pensar sobre o perfil do reitor, ou reitora, que eu gostaria de ter como o próximo administrador da “minha” universidade nos próximos quatro anos.

Sei bem que perfil de reitor/reitora quero para a “minha” universidade.

Quero um reitor/uma reitora que seja capaz de estimular no interior da instituição a discussão sobre os difíceis caminhos por que passa a universidade pública, ameaçada pela reforma universitária imposta pelo atual governo, que além de imprimir um processo de discussão ampla sobre o futuro da universidade pública se posicione aberta e decididamente em defesa do ensino público e de qualidade pelo qual tantos de nós vêm lutando há anos para a construção de uma universidade que além de “nossa” esteja comprometida com as nossas realidades.

Quero um reitor/uma reitora que seja capaz de reavivar no corpo docente o compromisso com o ensino, a pesquisa e a extensão, os antigos propósitos através dos quais a universidade pública se propunha à docência, como ação de formação profissional, à produção de conhecimento acadêmico, puro e aplicado que estejam efetivamente à disposição da sociedade e à aplicação do conhecimento em benefício das comunidades envolventes e dos movimentos populares.

Quero um reitor/uma reitora que estimule igualmente estas ações (ensino, pesquisa e extensão) de modo que não sejam dissociadas, mas que juntas e a um só tempo, como processo de educação amplo, confluam todas para uma prática de formação integradora capaz de promover o intercâmbio de conhecimentos acadêmicos e populares de modo a construir novas formas de pensar o mundo inclusivo e solidário.
Quero um reitor/uma reitora que apóie às reivindicações dos técnicos administrativos e dos docentes e que proporcione condições adequadas de trabalho, tornando possível a realização de um ensino superior de qualidade.

Quero um reitor/uma reitora que tenha como projeto político-acadêmico promover um choque social e cultural em nossa universidade, rompendo com a situação de negligência quanto a promoção de expressões culturais internas e a ausência de participação em manifestações da sociedade civil, motivando/induzindo com isso a participação comprometida da comunidade acadêmica.

Não quero um reitor/uma reitora, ainda que competente administrativamente, preso à burocracia institucional. Quero um reitor/uma reitora que leve a universidade a sair de seus muros, um reitor/uma reitora comprometido(a) com a universidade pública, um reitor/uma reitora que esteja comprometido em (re)construir uma universidade com finalidade social.

Hoje, em outras palavras, continuo dizendo: quero um reitor/uma reitora que mais do que um(a) administrador(a) ou que um(a) profissional reconhecido(a) em sua área estrita de atuação (condições indispensáveis para um(a) bom/boa reitor/reitora!), seja um(a) “intelectual” no sentido lato do termo; um reitor/uma reitora que seja capaz de pensar criticamente o tempo em que vivemos e que, a partir daí, coloque a sua competência acadêmica (não apenas técnica-profissional, mas acima de tudo intelectual) e a sua liderança a serviço de uma UFAM pública, gratuita e de qualidade, administrada a partir de princípios democráticos, o que equivale dizer que coloque a sua competência e a sua liderança acadêmica a serviço da UFAM e da sociedade.


Lino João de Oliveira Neves é professor do Departamento de Antropologia do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL)

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*“O reitor que eu quero”, O Estado do Amazonas, 02 de fevereiro de 2005. Sessão Opinião, pág. 5.



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