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  03/06/2015 - por Ademir Ramos



A Ufam e a representação de uma universidade periférica



Data: 03/06/2015

Quanto mais se reza mais assombração aparece. Em recente debate na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a diretora da Faculdade de Educação Selma Baçal, quando fazia a defesa do projeto governamental a favor das políticas de ajuste que retiram direitos do conjunto dos trabalhadores para atender as demandas do capital, precarizando diretamente o trabalho dos professores, técnicos administrativos, com grave prejuízo para a qualidade do ensino, da pesquisa e extensão, afirmou categoricamente, que somente as universidades de pequeno porte do nordeste e do norte haviam deflagrada a greve. Não satisfeita, a diretora da Faculdade de Educação da Ufam, qualificou estas Universidade de periferia.

De imediato a maioria dos professores presente na Assembleia protestou, mas, de qualquer modo cabe-nos colocar entre parênteses a afirmativa da Professora Baçal para se entender tal tipologia referente à essencialização política destas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O fato é que as políticas do Governo Federal nos últimos anos vêm promovendo reformas nas Universidades numa perspectiva burocrática e produtivistas, reduzindo cada vez mais o investimento nas Universidades relativo à pesquisa e a extensão, primando pela massificação do ensino, inclusive, noturno, sem os meios necessários para se construir um projeto político pedagógico centrado no desenvolvimento cognitivo com foco na competência e no domínio de novas habilidades, fincando pé na formação de uma cultura universitária pautada na ciência e no desenvolvimento humano.

Estas políticas acachapantes do Governo Federal, realmente vêm definhando as Universidades Públicas e não só isso, tem criado também condições materiais para privatizá-las, impossibilitando de vez, o acesso e a permanência dos trabalhadores na Universidade. Assim sendo, o Ministério da Educação, em sincronia com as agências financiadoras internacionais vem realizando ações de governo minimizando cada vez mais os custos das IFES, redimensionando suas plataformas para as empresas privadas em prejuízo das questões sociais e das políticas públicas a ser formulada em articulação com os movimentos sociais de combate a pobreza e desigualdade social num horizonte de uma política afirmativa dos Direitos Sociais, do empoderamento dos agentes populares e dos valores republicanos.

Visto que, como bem nos ensinou o professor Octávio Ianni – A Ideia de Brasil Moderno: “A democracia somente se torna efetiva se compreende também as condições culturais. Os valores e padrões culturais, os modos de viver e pensar, as condições materiais e intelectuais de vida e trabalho têm muito a ver com as condições de organização do poder político e econômico, em todos os lugares”. Em qualificar as Universidades do Nordeste e do Norte do Brasil de “periférica”, a Diretora da Faculdade de Educação da Ufam atentou contra a decisão dos professores e técnicos administrativos destas IFES que votaram a favor da paralisação das Universidades Públicas por tempo indeterminado. Valendo-se destas manifestações favoráveis à greve, a Professora Selma Baçal, proferiu discursos contra a greve, passando a mensagem de que tanto o Nordeste quanto o Norte são atores alienados de poucas luzes intelectuais, incapazes de ler e compreender as contradições políticas conjunturais, em outras palavras ela quer dizer que: A defesa da Universidade Pública é a defesa do Governo petista de Dilma Rousseff, pensar ao contrário é periferia.

É importante deixar claro que os Governos são passantes, mas, as instituições são estruturas permanentes, são entes de Estado e por isso, não devem ser contingenciadas e muito menos condicionadas aos vícios dos Governantes e muito menos ao capricho de um agente público vinculado a um determinado Partido Político, que por fazer parte da “base aliada” acha-se no direito de aparelhar as instituições públicas em benefício da “companheirada ou dos camaradas”, em detrimento da vontade popular violando o Direito dos trabalhadores por uma educação pública e gratuita em todos os níveis e modalidades de ensino. A luta em defesa da Universidade Pública requer participação efetiva dos profissionais da educação e estudantes articulados com as lutas sociais movidas por uma reflexão crítica sobre a sociedade, fomentando a criatividade e a inovação tanto na prática acadêmica como também nas relações institucionais da Universidade junto à população da capital como no interior da nossa Amazônia pautada no compromisso e na ética de responsabilidade em defesa da construção da Democracia Social, justa e soberana.

*Professor do Depto. de Ciências Sociais, coordenador do Núcleo de Cultura Política da UFAM e membro da coordenação do Projeto Jaraqui.



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