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  10/09/2021 - por Isaac W. Lewis



Educação para as classes desfavorecidas de um país colonizado



 

Nicolas Boileau (1636-1711), escritor francês, afirmou acertadamente que: “Um tolo encontra sempre outro ainda mais tolo que o admira” Essa afirmação pode ser desdobrada em outras variantes, como: /Um imbecil encontra sempre outro ainda mais imbecil que o admira./Um idiota encontra sempre outro ainda mais idiota que o admira./Um louco encontra sempre outro ainda mais louco que o admira./Um ignorante encontra sempre outro mais ignorante que o admira./Um analfabeto político encontra sempre outro mais analfabeto que o admira.

 

A sociedade brasileira colonizada constitui, desde o início do período colonial, terra fértil para a proliferação dessas variantes da afirmação original de Boileau. Nesse período, vigorava uma educação religiosa e escolar muito semelhante à educação vigente nas sociedades pré-históricas. A formação educacional era exclusiva dos filhos (e não das filhas) das classes favorecidas (senhores e senhoras de escravos) para que assumissem cargos e funções de interesse dessas classes. Essa educação não visava a formação intelectual que permitisse aos educandos construírem seu conhecimento pleno do mundo físico e social em que viviam e sim a manipularem as técnicas sacerdotais, burocráticas, militares ou policiais que garantiam o domínio e a exploração da maioria da população em benefício de uma minoria. As sociedades egípcias, persas, indianas, chinesas e japonesas antigas constituem exemplos de sociedades que formavam minorias para assumirem cargos privilegiados. Para a constatação desses fatos, podemos examinar os conteúdos dos livros religiosos ou literários, supostamente sagrados dessas sociedades ou de seus códigos de direito, sendo o Código de Hamurábi um documento exemplar. Essas sociedades produziam letrados imbecis, tolos ou idiotas, como a sociedade brasileira vem produzindo há mais de quinhentos anos, com raríssimas exceções, como Gregório de Matos, Gonçalves Dias, Castro Alves, Rui Barbosa, Luiz Gama, Machado de Assis, Lima Barreto e Maria Firmina dos Reis.

 

A proclamação da independência (1822), a proclamação da abolição da escravatura (1888) e a proclamação da república (1889) não mudaram as mentalidades dos educandos, os quais continuaram se formando para assumir as funções sacerdotais, políticas, militares, jurídicas, burocráticas e policiais de um país, cujas classes favorecidas (empresários internacionais e empreendedores nacionais) continuaram umbilicalmente vocacionados para servirem as classes privilegiadas dos países colonialistas e das classes favorecidas dos países colonizados.

 

Desse modo, Sérgio Camargo (presidente da Fundação Palmares), Milton Ribeiro (ministro da educação), Marcos Pontes (ministro da ciência e tecnologia), Braga Neto (ministro das Forças Armadas), Damares Alves (ministra da mulher, da família e dos direitos humanos) são exemplos de excrescências sobreviventes do mundo pré-histórico. A reforma educacional, realizada por cientistas, educadores e filósofos brasileiros, a partir da década de 1920, possibilitou o surgimento de milhares de profissionais excepcionais nas áreas educacionais, científicas e culturais desse país. Essa reforma precisa ser aprofundada com a expansão do acesso dos/das jovens das periferias (favelas, quilombos, tribos indígenas) à educação de qualidade e com a construção de escolas, hospitais e delegacias de polícia nessas periferias para que os seus moradores coordenem e atendam as demandas de direitos e serviços públicos de suas comunidades.

 

*Isaac é professor aposentado da Faculdade de Educação/UFAM 







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