O período da gestão 2018-2020 da ADUA se estendeu de 26 de junho de 2018 até 28 de novembro de 2020 e se desenvolveu num período em que os ataques aos serviços públicos, à classe trabalhadora e aos funcionários públicos, em particular, se aprofundaram consideravelmente a partir de um projeto do capital liderado pelo sistema financeiro que, aguçado pela crise sistêmica de 2008-2009, estilhaçou os governos de conciliação de classe e assumiu seu caráter de classe sem subterfúgios, tentando concluir a tentativa de desmantelamento de um Estado de Bem-estar que se pretendia instaurar na pós-Constituição Federal de 1988. Assim, a Emenda Constitucional 95; a terceirização das atividades fins, a contrarreforma trabalhista e previdenciária evidenciaram o avanço de um projeto que, como já foi claramente destacado por diferentes pensadores brasileiros, se assenta sobre a exploração de classe, o racismo estrutural e a sistemática ampliação da desigualdade social. Este panorama se agudizou com o triunfo eleitoral de um governo de extrema direita, com dois pilares fundamentais de ação; por um lado, ultraneoliberal com sua agenda de privatizações, desregulamentação financeira e trabalhista e formação de um Estado máximo para o capital e, por outro, ultrarreacionário, apoiado nas vertentes neopentecostais de mercado e na tradição católica reacionária, que se evidencia, dentre outras coisas, na visão anti-científica que coloca a educação pública, laica, gratuita e de qualidade como um dos alvos de seu ódio.
Nesse contexto, desenvolvemos, de acordo com a concepção de sindicato ancorado na autonomia perante partidos, governos e reitorias e de decisões democráticas pela base três eixos de ação. O primeiro assentado na perspectiva de uma ampla unidade de ação sindical que envolveu movimento sociais de luta por moradia, movimentos feministas, movimento estudantil, centrais sindicais, organizações indígenas e do funcionalismo público nas três esferas de governo. Apoiamos e contribuímos na organização das principais jornadas de lutas no Estado do Amazonas e no debate público especificamente sobre os ataques à educação pública e aos direitos sociais. O segundo eixo diz respeito à organização sindical levando ou participando do debate sobre educação, contrarreformas trabalhista e previdenciária, liberdades democráticas, autonomia universitária e ataques à universidade pública. No âmbito da UFAM, sempre que possível, em conjunto com o Sintesam e o movimento estudantil, defendemos os princípios de nosso sindicato e a educação superior pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada. Aqui podemos mencionar a campanha contra o assédio moral e sexual e contra o racismo e machismo, com a realização de debates e distribuição de cartilhas e cartazes nos diferentes campis da universidade, assim como apoiamos no CONSUNI as iniciativas desenvolvidas nesse sentido. Participamos dos Congressos e CONADs de nosso sindicato nacional sempre com o máximo possível de representantes de todos os campis realizando jornadas prévias de discussão. Foram realizados os encontros de análise, planejamento e avaliação do Conselho de Representante (CRAD) que se mostraram espaços de debate e construção fundamentais. No âmbito nacional, participamos de todas as reuniões promovidas pelo ANDES-SN: reuniões do setor das universidades federais, bem como das reuniões conjuntas das IFES/IEES e IMES, de encontros de formação sindical e dos encontros do coletivo jurídico, inclusive financiando a participação de nossa assessoria jurídica. Finalmente, num momento de profundos ataques e com o motivo de nossa seção sindical “ADUA veia de guerra” cumprir 40 anos foi desenvolvido um terceiro eixo de ação consistindo em um trabalho inicial de resgate da memória e do fortalecimento da comunicação interna do nosso sindicato. Através da contratação de um grupo de pesquisadoras foi possível a organização do arquivo institucional físico e digital possibilitando a consulta a professoras/es e estudantes que desejem pesquisar a nossa história. Mas além de trabalho também houve alegria com a realização em todos os campis da universidade do festejo pelos 40 anos, complementado com o concurso do novo logotipo da ADUA. A nossa comunicação com os sindicalizados/as e o público em geral foi reformulada através de várias iniciativas, dentre elas um novo site, adaptado para celulares, e maior ênfase na utilização de mídias digitais, boletins digitais, etc. Foi lançada a Revista semestral Resistências No 1 e já demos sequência a um segundo número que se encontra em fase final de elaboração, graças ao apoio de professoras e professores que se disponibilizaram a compor o Comitê Editorial e assumiram o desafio dessa publicação. O banco de dados dos sindicalizados foi atualizado e isso facilitou a nossa comunicação e contato com todos(as) que constroem a ADUA.
Por último, mas não menos importante, o período final da nossa gestão foi prorrogado devido à crise sanitária decorrente da pandemia da Covid-19, agravada pela condução genocida do governo extrema direita, que provocou a morte de mais de 170.000 brasileiros(as), até o momento. Nessa conjuntura extremamente difícil que vivenciamos não foram poucos o adoecimento de professores (as), técnicos(as) administrativos(as) e estudantes, e a luta prioritária do nosso sindicato foi a defesa da preservação da vida e, assim, participamos de campanhas de solidariedade, a exemplo das direcionadas aos indígenas. As problemáticas impostas pela conjuntura (Neoliberalismo em tempos de pandemia, Saúde mental e isolamento, Ciência, crise da saúde e pandemia no Amazonas, Desinformação em tempo de pandemia, Violência contra as mulheres na pandemia, Ensino remoto em tempos de pandemia, Encarceramento em massa e a pandemia da Covid-19, Biossegurança no contexto da pandemia, dentre outras) foram tematizadas através de lives semanais promovidas pela ADUA, como forma de subsidiar o debate e potencializar a nossa luta. Se abre um período que não temos dúvida continuará sendo de duro enfrentamento com o governo federal num contexto de grave crise econômica, política, social e sanitária que se agudiza e requer a continuidade da luta e resistência, com a intensificação da mobilização de toda a comunidade universitária e da sociedade.
A DIRETORIA (Gestão 2018-2020)
#ProfessorOSVALDOPRESENTE!!
#AvidaAcimaDoLUCRO
#ForaBolsonaroMourãoGuedes!!
#NaoÀReformaAdministrativa
|