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Partidos políticos dominam diretorias de principais sindicatos no AM



Mais da metade, ou 52,13%, dos membros efetivos das diretorias dos cinco principais sindicatos classistas no Amazonas são filiados a partidos políticos. Os cinco sindicatos reúnem juntos 117 membros de direção, dos quais 61 são filiados a partidos. A maioria dos diretores pertence ao PT e ao PCdoB.

Os dados são de um levantamento do Portal D24AM realizado com base em informações dos partidos enviadas ao controle de filiações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e revelam ainda que três partidos políticos têm presidentes em dez dos 15 sindicatos com maior representatividade no Amazonas. São eles o PT, PDT e PCdoB.

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal) tem 100% dos seus membros filiados a partidos políticos. Todos os 13 membros da diretoria pertencem a legendas partidárias, sendo que a maioria é filiada ao PT, que tem dez membros da diretoria do sindicato, inclusive o presidente Valdemir de Souza Santana. Outros dois dirigentes são filiados ao PSB e um é filiado ao PCdoB. O Sindmetal é o maior sindicato do Estado com pelo menos 35 mil membros da categoria.

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Amazonas (Sinteam) possui 79% dos seus diretores filiados a partidos. Dos 19 membros, 15 são filiados, todos do PCdoB, partido da senadora Vanessa Grazziontin. Entre os membros filiados ao PCdoB está o presidente da entidade, Marcus Libório. O sindicato possui, hoje, 15 mil trabalhadores associados, segundo Libório.

O Sindicato dos Rodoviários de Manaus é o terceiro com maior número de diretores filiados a partidos políticos. São 11 dos seus 23 membros da diretoria filiados a alguma legenda partidária, entre eles o presidente do sindicato, Givancir de Oliveira Silva, que é filiado ao PT, e o vice-presidente Josildo de Oliveira Silva, que é filiado ao PCdoB. Segundo Josildo, o sindicato tem, hoje, cerca de 6 mil trabalhadores associados.

Dos 33 membros da diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep), 11 são filiados a partidos. O sindicato é o quarto com maior número de filiados na direção da entidade. Todos os 11 são filiados ao PT. A entidade tem, hoje, cerca de 5 mil membros.

Apesar de não ser presidido por uma pessoa filiada a partido, o Sindicato da Construção Civil (Sintracomec) tem dez dos seus 29 dirigentes filiados a partidos políticos. A entidade possui cerca de 8 mil associados e representa 90 mil trabalhadores da construção civil.

Os sindicatos dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol), dos Bancários do Amazonas (SEEB-AM), dos Farmacêuticos no Estado do Amazonas (Sinfar-Am) e dos Contabilistas no Amazonas (Sindcontab) têm como presidentes pessoas filiadas ao PDT, partido do ex-prefeito Amazonino Mendes. São eles, pela ordem, Moacir Maia de Freitas, Nindberg Barbosa dos Santos, Cecília Leite Motta de Oliveira, e Rita de Nazaré Melo Dias.

O Sindicato dos Vigilantes do Amazonas (Sindevam) é presidido por Valderli da Cunha Bernardo, filiado ao PCdoB, e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-Am) é comandado pelo coordenador-geral Acácio Viana Carneiro, filiado ao PT.

O DIÁRIO ainda fez o levantamento nas diretorias dos Sindicatos dos Médicos do Estado do Amazonas (Simeam), da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), dos Administradores no Estado do Amazonas (Sinadam), dos Servidores da Suframa (Sindframa), e dos Servidores Públicos do Amazonas (Sispeam), que não apresentam filiados na sua diretoria. O presidente do Sispeam, Riad Abrahim Ballut, já foi filiado ao PRB, PSL e PSDB, mas sua filiação está com o status ‘cancelada’ no TSE.

De acordo com dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelo menos 188 sindicatos atuam no Amazonas. Sendo que 129 entidades sindicais representam trabalhadores e 59, empregadores.

Destes, 65 entidades de classe do Amazonas representam empregados da iniciativa privada, outros sete são de profissionais liberais. Pelo menos 16 sindicatos do Estado são formados por servidores públicos municipal, estadual ou federal.

Atrelamento e perda de autonomia

Para cientistas políticos, sociólogos e representantes da sociedade civil, apesar de já ser vista como uma atuação “normal” e “frequente”, a participação de partidos em sindicatos limita a atuação e mexe com a autonomia que os sindicatos devem ter.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Breno Rodrigo Messias, explica que a ligação de sindicatos com partidos políticos é histórica, inclusive no período do Regime Militar, e que essa ligação limita a atuação do sindicato, que muitas vezes se alia aos interesses do partido e deixa de lutar pela categoria que representa. Leite não é filiado a partido.

Opinião semelhante tem o presidente do Instituto Amazônico da Cidadania (Iaci), Hamilton Leão, que também não é filiado a partido. Para ele os interesses se misturam, e o sindicato tem “a sua imagem denegrida”. “A sociedade passa a associar o sindicato a um partido e isso tira o foco dos interesses da categoria”, disse. Leão acredita que deveria ser proibido a direção de sindicatos ter filiados a partido.

O sociólogo Luiz Antônio Nascimento, filiado ao PT, também acredita que existe uma confusão entre os interesses do partido e dos sindicatos, pois as entidades passam a defender, por exemplo, interesses políticos, em vez de questões específicas da categoria.

Dos 2.209.648 milhões de eleitores do Amazonas, apenas 181.302 mil são filiados a partidos políticos, o equivalente a 8,2% do total, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo que pelo menos 50 mil são membros de sindicatos.

Para dirigentes, ligação com partidos não influencia

Dirigentes de sindicatos afirmam que a filiação em partidos políticos não influencia nas decisões do sindicato e muito menos nas conquistas das classes representadas por eles. Mas defendem que as classes devem se unir para eleger pessoas que lutem por seus interesses.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal), Valdemir Santana, disse que “assim como as igrejas elegem seus candidatos para defender seus interesses”, assim os sindicato se unem para eleger quem os defenda no legislativo. “Acredito que os sindicatos devem mesmo se organizar para eleger alguém da sua categoria. Se não tivermos representantes, fica mais difícil”, disse. O Sindmetal é o maior sindicato do Estado, com 35 mil membros.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), Marcus Libório, as duas funções, a de ser presidente de um sindicato e ao mesmo tempo filiado a um partido, não se misturam. “A Constituição Federal nos garante o direito de ser filiado a partido. O sindicato é independente e tem pauta própria. Se engana aquele que pensa que o fato de ser de algum partido político facilita conquistas. O que dita as nossas conquistas é a representatividade que temos no Legislativo”, disse. O sindicato reúne 15 mil associados.

Opinião semelhante tem o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Josildo de Oliveira Silva, que acredita que as conquistas da categoria têm sido alcançadas pelas greves e manifestações que realizam e que não faz muita diferença ser filiado a um partido político. “No fundo, não faz diferença, o que nós conquistamos geralmente é indo à luta, fazendo reivindicações. Porque os partidos também têm interesses”, disse. Josildo é filiado, hoje, ao PCdoB, mas já foi filiado ao PSB e ao PRP.

Fonte: D24AM



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