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Emoção e protesto marcam um ano da tragédia da Kiss



A madrugada começou mais cedo para centenas de pessoas que acompanharam a vigília promovida por familiares de vítimas da boate Kiss, que ceifou 242 vidas, e nesta segunda (27) completa um ano. Desde as 23h deste domingo houve concentração em frente ao prédio onde funcionou a casa noturna, na rua dos Andradas, centro de Santa Maria.

Grupos ligados ao movimento estudantil da UFSM pintaram 242 silhuetas no chão e também penduraram junto à fachada do prédio uma faixa com a charge de Carlos Latuff. O material foi desenvolvido pelo artista, com o apoio da Sedufsm, a partir do entendimento com integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta. O desenho, elaborado por Latuff e que ilustrou faixas, cartazes, panfletos e camisetas simboliza a autoproteção entre os poderes e a impunidade vigente até o momento em relação aos responsáveis pela tragédia.

Além dos desenhos pintados no chão da avenida, das 242 velas brancas e rosas que foram acesas por pais ou familiares para lembrar as vítimas, pontualmente às 3h – horário que iniciou o incêndio, em 27 de janeiro de 2013 – foram acionadas sirenes potencializadas por caixas de som na Avenida Rio Branco e em outros locais, lembrando a tragédia. Na sequência, integrantes do Movimento SM do Luto à Luta usaram o microfone para manifestar a indignação pelo atual quadro judicial do caso Kiss. Em vários momentos foram ouvidos brados de “Acorda, Santa Maria!”.

Flavio Silva, pai de Andriele, que faleceu na boate, fez um discurso no qual se misturaram revolta e emoção. Contendo-se para não cair no choro, ele criticou o fato de a prefeitura de Santa Maria jamais ter aberto uma sindicância para apurar responsabilidades na questão de a casa noturna ter funcionado em situação irregular durante bastante tempo. Silva também usou palavras duras em relação ao Ministério Público Estadual (MPE).

Os ataques ao MPE foram reforçados por outra integrante do Movimento, Marília Torres Ribeiro, que perdeu uma prima, Flavia, na tragédia. Para ela, a luta está apenas começando e, se necessário, não apenas farão vigília, mas podem até ocupar o MPE caso o órgão continue a ignorar os apontamentos da polícia, que no mês de fevereiro deve concluir um novo inquérito sobre o caso.

Medidas mais radicalizadas em relação ao MPE foram apoiadas por Paulo Carvalho, pai de uma vítima do incêndio na boate, e que veio de São Paulo a Santa Maria para acompanhar as manifestações. Ele disse que se o MPE não modificar a postura, a sociedade poderá dar uma “voz de prisão moral” aos membros deste órgão.

Em relação a algumas acusações que são desferidas contra o Movimento SM do Luto à Luta, sobre estarem agindo de forma partidária, Flavio Silva desabafou. “O lema do Movimento diz: nosso partido é um coração partido”. No que se refere ao papel dos políticos na luta por justiça, Carina Correa, que perdeu a filha Thanise no incêndio, foi bastante ácida. “Nós não vamos aceitar cargos, nós não vamos nos vender”, frisou ela.

A solidariedade

Durante as manifestações dos integrantes do Movimento SM do Luto à Luta, eles fizeram questão de ressaltar o apoio recebido de dezenas de entidades e movimentos, destacando especialmente a solidariedade da Sedufsm e do chargista Carlos Lattuf.

Convidado a falar, o presidente da Sedufsm, Rondon de Castro, destacou a importância do ato como forma de lembrar que a tragédia podia ter sido evitada e que ela foi fruto da “ganância”. Na análise do professor, o que se percebe nitidamente é uma tentativa de “abafar” as responsabilidades e frisou: “É por isso que eles (representantes dos poderes públicos) não estão aqui. Na verdade, eles estão se escondendo porque sabem que nós temos razão nas nossas críticas. Por isso, é preciso ir para a rua e pressionar. Todas as pessoas que têm consciência estão aqui hoje”, sublinhou Rondon.

Lattuf, responsável pela charge que ilustrou diversos materiais com críticas contundentes ao MPE, prefeitura, bombeiros e vereadores, elogiou bastante a postura dos integrantes do Movimento Santa Maria do Luto à Luta. “O que vocês fizeram é exatamente o que as Mães da Praça de Maio, na Argentina, fizeram, o que as mães palestinas fazem: é transformar a tristeza em luta”, disse o artista. Lattuf acrescentou ainda que “a prioridade agora é a luta por justiça” e que os movimentos sociais em Santa Maria e no Rio Grande do Sul precisam colocar em suas agendas de luta a busca por justiça no caso da tragédia da boate Kiss.

Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Fonte: Sedufsm



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