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  23/03/2023


ADUA conclui segunda fase do projeto “Memórias Militantes”



 

Atas de assembleias, fotografias, boletins e outros documentos que constroem os 43 anos da ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN são organizados nos formatos físico e digital por meio do projeto “Memórias Militantes”. No dia 10 janeiro deste ano foi concluída a segunda fase do projeto, o qual visa o adequado tratamento dos arquivos resultantes da luta de professoras e dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em defesa dos direitos da categoria e da Educação Pública gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada. 

 

Em seis meses de atividades, foram realizadas manutenção do acervo documental do Arquivo físico; criação de um arquivo digitalizado; organização de materiais não arquivados; revitalização de documentos e fotografias expostas na sede; catalogação de 40 das 160 caixas de documentos de todos os setores da ADUA; revisão e atualização dos itens da biblioteca; atualização do Manual de Procedimentos de Guarda de documentos da Seção Sindical e treinamento da diretoria e dos(as) funcionários(as) na manutenção, classificação e organização dos documentos.

 

Sob coordenação da historiadora, Rafaela Basto, a atividade foi realizada por uma equipe de estagiárias e estagiários que estudam nos cursos de História e Arquivologia da Ufam. Na avaliação de Basto, a entidade dá um passo importante na continuidade das atividades de manutenção e ordenamento do acervo documental, e na organização interna administrativa e das memórias das lutas que se insere.

 

“É uma oportunidade interessante fazer esse tipo de trabalho no sindicato, pois ao tempo que vamos mexendo nas documentações, observamos a diversidade de pautas existentes que o sindicato se destina a discutir, relativas, por exemplo, a temáticas como Educação Pública e de qualidade, respeito e proteção da população trabalhadora, valorização e manutenção do SUS [Serviço Único de Saúde], dentre outras dezenas de pautas que são discutidas ao longo dos 43 anos de existência da Seção Sindical”.

 

O presidente da ADUA (biênio 2022-2024), professor Jacob Paiva, enfatiza que o projeto se revela de extrema importância para o registro, resgate e atualização da história do movimento docente da Ufam.  “Os que estão chegando precisam conhecer a história e a memória de nosso movimento, bem como precisamos também homenagear as docentes e os docentes que o construíram. O que foi feito até aqui diz muito do caminho percorrido, mas existem algumas lacunas que precisam ser recuperadas”.

 

Passado vivo

 

Executado em 2018/2019, a primeira fase do projeto “Memórias Militantes” cumpriu o objetivo de organizar e analisar o acervo documental físico da ADUA de modo a compreender suas relações de processos como um “passado vivo”, como denomina a socióloga Maria Célia Paoli.

 

Entre os principais pontos alcançados na primeira fase, foram: organização do acervo documental existente; elaboração de banner de apresentação de breve histórico da ADUA para o 38º Congresso ANDES-SN, ocorrido em janeiro de 2019; produção de exposição física permanente de fotografias referentes aos congressos, greves, assembleias e festividades; composição da biblioteca; identificação de fotografias das décadas de 1970 a 1990; e inserção de documentação sobre diretorias, vídeos e fotografias no site da ADUA.

 

“Hoje temos um acervo inicial, composto de depoimentos, documentos e vídeos, bastante importante na elucidação do processo de organização política da formação da consciência de classe da categoria docente que trabalha na Ufam. Os registros das atas, dos boletins e jornais da ADUA, das nossas campanhas salariais, das disputas eleitorais para direção da entidade, das greves e das lutas gerais por um melhor financiamento, pela gestão democrática e pela autonomia de nossa universidade são fontes importantíssimas para a compreensão de como temos construído a trajetória da ADUA “veia de guerra”, que é como costumamos denominar essa entidade, que até aqui tem construído uma bela história de resistências e de lutas tanto na defesa dos interesses corporativos da categoria quanto na defesa da educação/universidade pública e dos interesses mais gerais da classe trabalhadora brasileira”, afirma Jacob.

 

A arquivologista Lauriane Reis Carvalho, que atuou nas duas fases do projeto, afirma que o principal objetivo de organização do arquivo de um sindicato é para preservar a história do sindicalismo e suas lutas. “A organização do arquivo da ADUA se deu pelo intuito de fazer o memorial ‘Memórias Militantes’, que inicialmente era só um projeto de Memorial e depois se estendeu na organização do arquivo”.

 

Legado

 

A iniciativa de manter a resistência da ADUA a partir da perspectiva da organização do acervo documental auxilia o reconhecimento da história da entidade e permite que essa trajetória possa ser conhecida por outras pessoas.

 

“A organização do acervo documental auxilia o sindicato a reconhecer sua própria história, a identificar suas ações cotidianas e os significados atribuídos às suas lutas durante as décadas de existência. Além de permitir que essa trajetória possa ser reconhecida por visitantes, estudantes, outros funcionários da Ufam, pesquisadores e pesquisadoras que tenham interesse em refletir sobre os processos de organização da ADUA”, afirma Rafaela Basto.

 

A historiadora comenta que os principais desafios na execução do trabalho ocorreram no início da execução da segunda fase do projeto, pela necessidade de rever um arquivo que precisava de retomada de manutenção em um curto prazo. “O arquivo que deixamos em 2019 já não era o mesmo, passamos um bom tempo na parte de manutenção, ajustes, com muitos sinistros (objetos que não eram do Arquivo, colônia de cupins, troca de documentos nas caixas), fomos encontrando esses problemas, e olhando para as demandas da própria seção que se destacam a digitalização dos documentos já existentes e pensar no formato de organização dos documentos que estavam online, foi um tempo de muita correria”, comenta.

 

A digitalização do acervo físico é uma das atividades urgentes e desafiadoras no projeto, uma vez que essa forma de organização do arquivo, além de preservar o material original, também deve facilitar o acesso para futuras consultas de um rico acervo.

 

Segundo o relatório final da segunda fase do projeto, devido às adversidades encontradas no decorrer das atividades, foram digitalizados os conteúdos de apenas 15 caixas, restando digitalizar arquivos de 25 caixas das 40 que foram catalogadas. O documento aponta ainda a criação de uma lista em Excel contendo a indicação de todos os documentos existentes em cada caixa, com objetivo de fornecer o universo de produção ao longo dos anos da ADUA e facilitar a inserção de documentos novos em cada caixa física ou pasta digital e a consulta dos materiais já existentes.

 

A sugestão da Coordenação do Projeto é que sejam feitas frequentes manutenções no arquivo e que sejam seguidas as orientações de produção e armazenamento de novos arquivos. A historiadora responsável indicou ainda a continuidade do trabalho de digitalização dos documentos físicos, para além dos que já estão organizados.

 

Uma das possibilidades apontadas é a realização de um dossiê dos e das sindicalizadas a partir de acervo de oito caixas com fichas de filiação ainda não catalogadas. “Nos relatórios descrevemos a necessidade de manter o bom funcionamento das frentes de organização do Arquivo, da elaboração de revisões na exposição na sede e no site. A presença de profissionais que estejam diariamente responsáveis por essas frentes é canal condutor para a manutenção e o desenvolvimento de soluções de problema ao longo do tempo”, defende Rafaela.

 

Essa atividade incita a reflexão de que os documentos produzidos na entidade também estão em constante movimento. “Vamos bater na mesma tecla de que é preciso manter o arquivo organizado, dar a devida atenção, não deixar qualquer pessoa entrar em contato com o arquivo e sem nenhuma supervisão, nem fazê-lo de depósito”, frisou Lauriane.

 

A Diretoria da ADUA deve realizar uma reunião de planejamento das atividades para o próximo semestre, em que a recomendação da atual coordenadora do projeto será apresentada. “Tenho certeza que daremos continuidade as outras atividades que podem aprimorar e aprofundar o que já foi feito de forma muito qualitativa pela equipe responsável”, disse o professor Jacob Paiva.

 

A expectativa é que com a organização os arquivos fiquem disponíveis inclusive para pesquisadores e pesquisadoras, com diversos materiais a serem sistematizados, de modo a contribuir com a comunidade universitária e a sociedade em geral, considerando que a ADUA está em movimento, é viva e rica de informações que contam parte da história militante de uma parcela da classe trabalhadora no Amazonas, portanto constituindo uma forma de resistência, em especial contra o esquecimento e apagamento da história sindical de luta em defesa da educação e dos direitos da categoria docente.



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