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  30/01/2023


Justiça! - Estudante da UFPI é estuprada e morta dentro da Universidade



 

 

 

A estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, sofreu violência sexual e foi morta após uma festa para calouros, dentro do campus, em Teresina, no sábado (28). Na tarde desta segunda-feira (30), será realizada uma vigília em homenagem à jovem na reitoria da UFPI. A ADUA condena toda forma de violência contra as mulheres dentro e fora do ambiente universitário e exige justiça. 

 

Janaína foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI, de acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo da jovem apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.

 

O suspeito do crime foi identificado Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, e teve a prisão preventiva solicitada pela Polícia Civil. O homem, que é estudante do mestrado em matemática da UFPI, passou por audiência de custódia pelos crimes de feminicídio e estupro.

 

Em entrevista ao portal G1, a cunhada da estudante, Andreza Almeida, contou que Janaína foi a primeira da família a ingressar no Ensino Superior. “Era muito estudiosa. Só vivia pra estudar. Gostava muito de ler, falava que um dia iria escrever um livro. Assim que entrou na universidade, precisava muito de um computador e, sem ter condições, começou a fazer bolos no pote pra vender e conseguir comprar”, contou.

 

No local do crime, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos. Segundo o DHPP, foram adotadas as providências necessárias para o esclarecimento do caso, com a realização de entrevistas e exames periciais. O inquérito deve ser concluído em até dez dias.

 

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPI destacou que mais segurança para os e as estuantes é uma luta antiga, que a entidade tem relatado constantemente assaltos e outros crimes dentro do campus. Conforme o Diretório, a guarda da UFPI é majoritariamente patrimonial e não contempla a segurança da comunidade acadêmica.

 

Violência 

 

Organizadora da pesquisa “Violência contra as mulheres na universidade: uma análise nas instituições de Ensino superior no Amazonas”, a professora, assistente social e ex-diretora da ADUA, Milena Barroso, afirmou que infelizmente o feminicídio ocorrido na UFPI não é um fato isolado. Segundo a docente, a violência sexista é uma realidade presente nas instituições de ensino, seja pelos cerceamentos e impossibilidades que esse lugar impõe às mulheres, seja pelo assédio e outras agressões mais diretas.

 

“Precisamos ampliar o debate sobre o tema e desnaturalizar a questão, entender que as universidades são espaços de produção e reprodução de violências, resultando em diversas consequências que afetam a saúde, em especial, a saúde mental das vítimas, impactam na evasão no Ensino Superior e incidem sobre os sonhos e projetos de vida”, afirmou.

 

A professora ressaltou ainda que uma universidade verdadeiramente democrática só é possível com uma mudança nas estruturas sexistas dessas instituições. “Nesse sentido, urge refletirmos sobre a violência contra as mulheres nas universidades e novas práticas que considerem as desigualdades de gênero, étnico-raciais e de classe, com vistas a garantir proteção e segurança a toda a comunidade acadêmica”, disse.

 

Em nota de pesar, o ANDES-SN afirmou que se solidariza com os familiares e amigos e exige apuração rigorosa para o caso. Leia na íntegra aqui 

 

 

Não é não!

 

Em campanha contra toda e qualquer forma de violência contra as mulheres, a ADUA mantém uma campanha permanente contra os assédios moral e sexual que se expressa em LGBTfobia, machismo, misoginia, sexismo e racismo no ambiente universitário. Lançada em 2018, a campanha “Não é não!” busca conscientizar toda a comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos(as)-administrativos(as).  

 

A ação tem também o compromisso direto com o incentivo à formalização de denúncias pelo Ligue 180, disque-denúncia que possibilita o registro de casos junto aos órgãos de Segurança Pública e ao Ministério Público do Estado. 

 

Pesquisa

 

Em 2021, a ADUA também colaborou e apoiou a publicação de materiais resultados da pesquisa “Violência contra as mulheres na universidade: uma análise nas instituições de ensino superior no Amazonas”. O estudo resultou na publicação do livro “Violência contra as mulheres nas universidades”, uma coletânea de textos de mais de 30 pesquisadoras feministas do Brasil, Argentina e Canadá, em um debate articulado entre militância e produção acadêmica.

 

Outro material foi a cartilha “Universidade sem Violência: um direito das mulheres”, lançada no sentido de contribuir no enfrentamento às opressões e a violência no contexto das universidades. 

 

Em nota, o Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Piauí (Adcesp) afirmou que recebeu com muita tristeza e indignação a notícia da morte da estudante. “Nos solidarizamos com amigos e familiares nesse momento difícil, ao mesmo tempo que fazemos coro ao grito dos(as) que pedem justiça e ações mais efetivas de segurança no ambiente universitário”.

 

A Coordenação Estadual da Adcesp informou ainda casos de assédios são corriqueiros nos campi da UFPI, assim como na Uespi, e a ausência de medidas mais eficazes acabam gerando tragédias como essa. “Um cenário grave, que precisa ser tratado com toda a seriedade possível, com políticas públicas adequadas e educação para novas relações de gênero”.

 

Janaína, Presente!

 

Fontes: ADUA com informações de Terra, G1, Revista Fórum e Adcesp

 



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