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  09/09/2022


Setembro amarelo: Norte e Nordeste registram alta de suicídios durante a pandemia



 

 

Um estudo do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) expôs efeitos indiretos da primeira onda da pandemia de covid-19, em 2020, sobre as mortes por suicídio, com aumento nas regiões Norte e Nordeste, socioeconomicamente mais vulneráveis. Faltam políticas públicas para combater esse grave problema.

 

A pesquisa apontou que o suicídio entre homens com 60 anos de idade ou mais do Norte aumentou 26%. Entre as mulheres de 30 a 59 anos da mesma região, durante dois bimestres consecutivos, também houve alta. O padrão foi observado ainda nas mulheres com 60 anos ou mais do Nordeste, com excesso de suicídios de 40%.

 

A tendência de aumento nas regiões mais pobres contrasta com o declínio de 13% de casos registrados na média brasileira no mesmo período. Mais uma prova que os aspectos sociais são peça chave para solucionar a questão.

 

O artigo Excess suicides in Brazil: inequalities according age groups and regions durinf the Covid-19 pandemic (Excesso de suicídios no Brasil: desigualdades segundo faixas etárias e regiões durante a pandemia de covid-19) foi produzido pelo epidemiologista Jesem Orellana, do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia), e o médico psiquiatra Maximiliano Ponte, da Fiocruz Ceará.

 

Fatores sociais

 

É consenso entre especialistas que o suicídio prevê a interação de diversos fatores individuais, genéticos e de histórico pessoal. Mas também são muito relevantes os aspectos sociais que contribuem para o aumento dos números.

 

Além da pandemia de covid-19, toda crise econômica gerada deixou sua marca. Tanto o desemprego, quanto o excesso de trabalho para dar conta do mínimo para se viver são fatores preponderantes, assim como a fome, a pobreza, a falta de moradia e de perspectiva.

 

Não é à toa que os países pobres concentram mais de 70% dos casos de suicídio em todo mundo. Outro agravante é a dificuldade de acesso a tratamentos de qualidade, que na maioria das vezes são caros e de longa duração.

 

"Além do aspecto econômico, tem também toda violência e hostilidade que promove uma vivência social negativa e adoecedora. É preciso considerar todos esses elementos para se afirmar que se está fazendo prevenção ao suicídio. Não basta um mês com ações de propaganda apenas", afirmou a integrante do Setorial de Mulheres da CSP-Conlutas e Movimento Mulheres em Luta, Marcela Azevedo, que trabalha como terapeuta ocupacional, em um Centros de Apoio Psicosocial (Caps), em São Paulo.

 

Os Caps podem reduzir em 14% os casos de suicídio, mas ainda estão longe de cobrir a maior parte das cidades do país e também sofrem com o desinvestimento do governo federal no SUS.

 

"Além da falta de estruturação dos Caps, que tem relação com a pressão dos donos de clínicas e hospitais privados para financiamento de leitos psiquiátricos, há o desmonte das equipes de  Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) que garantiam importante suporte da saúde mental na atenção básica de saúde", explica a terapeuta.

 

O estudo de Orellana e Ponte utilizou dados oficiais de mortalidade do Ministério da Saúde e teve como objetivo estimar o excesso de suicídios e avaliar padrões entre as regiões do país. No Brasil, o suicídio é a causa de morte de uma pessoa a cada 45 minutos. Neste mesmo intervalo, o DataSUS estima que ocorra vinte tentativas frustradas.

 

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, em território brasileiro, o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Conforme a última pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

 

Pessoas acometidas de pensamentos suicidas podem procurar ajuda especializada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), que funciona 24 horas, pelo telefone 188. Outra forma é ir até uma unidade do Caps.

 

Fontes: com informações da CSP-Conlutas, Fiocruz Amazônia, Setembro Amarelo.org e 



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