Os professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) aprovaram estado de greve após assembleia realizada no último dia 10, quarta-feira. A categoria deu prazo de 15 dias para que a reitoria homologue o estatuto da universidade e revogue a portaria nº 384, que aumenta a carga horária do trabalho docente.
O presidente do Sindicato dos Docentes da Ufopa (Sindufopa), Seção Sindical do ANDES-SN, Luiz Fernando França, conta que a categoria também fará um ato público no campus Tapajós da Ufopa. A programação prevê panfletagem, debate e oficina de cartazes. “Vamos ocupar o campus e fazer um debate sobre os problemas da universidade”, afirma.
França acrescenta que durante o prazo dado à reitoria, a categoria fará mobilização para uma possível greve. “A universidade têm 15 dias para atender às exigências, como a revogação da portaria 384, a homologação do estatuto e as eleições para reitoria”. O presidente do Sindufopa ressalta que o movimento é feito em conjunto com os estudantes da universidade. “Semana passada os estudantes realizaram uma paralisação e um ato no Instituto de Ciências da Educação”, diz.
Sobre a circular emitida pela reitoria da Ufopa no último dia 8 tratando do indicativo de greve, França afirma: “esta circular é enganosa, tenta distorcer as informações e criar uma tensão entre a categoria docente e os estudantes. A reitoria aparentemente se coloca em defesa dos estudantes, mas na verdade distorce porque ela deveria defender os alunos atendendo às pautas de reivindicação e não no sentido de criminalizar o movimento”.
Além da reivindicação da categoria, França comenta ainda os problemas de infraestrutura da universidade. “Faltam salas de aula, laboratórios e sala de professores em alguns institutos”. Segundo o presidente do Sindufopa, alguns estudantes têm aulas um prédio e construção, que abrigará o Instituto de Ciências da Educação, e outros em um hotel da cidade.
Denúncias
No início de abril, o Sindufopa fez uma série de denúncias sobre as irregularidades na universidade, como ausência de democracia universitária, casos de nepotismo, desrespeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei nº 9394/96 e precarização do trabalho docente. Em carta aberta à comunidade acadêmica, do dia 27 de março, o Sindufopa também relatou casos de nepotismo dentro da universidade.
Fonte: ANDES-SN |