Cinco milhões e 800 mil pessoas se inscreveram para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano irá ocorrer presencialmente nos dias 17 e 24 de janeiro.
Caso o governo Bolsonaro não atende a exigência da sociedade pelo adiamento da prova, isso representará uma multidão circulando em transportes públicos e salas de aula, sujeita a contrair e a transmitir o coronavírus.
Um estudante contaminado pode transmitir a Covid-19 para uma ampla rede, que inclui a família, amigos e profissionais de saúde que sofrem para atender a população em meio a segunda onda de contaminação e mortes.
Posição do ANDES-SN
Nesta quinta-feira (14/01), o ANDES-SN emitiu uma circular se manifestando sobre a manutenção do Enem em meio à pandemia. Leia o documento completo abaixo:
Ultrapassados os marcos de 200 mil mortes e de 8 milhões de contágios (desconsideradas as subnotificações), lidamos, agora, com as maiores cifras da pandemia alcançadas desde setembro, com aumento de 64,45% das mortes por Covid-19, apenas entre os meses de novembro e dezembro.
É neste cenário de hecatombe e caos que o presidente Jair Bolsonaro aglomerou seus/suas apoiadore(a)s na passagem do ano, em um passeio de barco em orla da Praia Grande (SP), na coerência continuada de uma série de omissões que tem colocado as redes locais de saúde sob o risco iminente de colapso. Não foge à mesma coerência, fundada em negacionismo anticientífico, em fundamentalismo neopentecostal e em uma série de outros obscurantismos, a insistência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) em realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), ignorando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), da comunidade científica, de especialistas da área da saúde e a própria realidade concreta.
Neste contexto de crise generalizada e dos mais severos ataques já desfechados contra a educação em toda a nossa história, bem como à saúde e à vida do povo brasileiro, pretendendo-se a destruição do conjunto dos direitos sociais para a manutenção dos privilégios das oligarquias financistas, este Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), em consonância com a Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET) e demais entidades ligadas à educação e às organizações políticas na luta por direitos, se soma aos esforços para a organização de uma série de atividades de denúncia das atrocidades cometidas pelo governo Jair Bolsonaro, que serão realizadas nos dias do ENEM, em 17 e 24 de janeiro.
Coerentes com a nossa história e trajetória de lutas em defesa da educação e dos direitos sociais, estamos chamando o ADIA ENEM. No entanto, caso mantida a realização das provas, construiremos os atos dos dias 17 e 24 de janeiro, conclamando as seções sindicais do ANDES-SN a se juntarem a esta imprescindível atividade de denúncia.
Indicamos, com isso, que as seções sindicais se articulem com as entidades estudantis, de servidore(a)s técnico(a)-administrativo(a)s em educação, organizações políticas da classe trabalhadora e movimentos sociais na luta por direitos para as manifestações que deverão ocorrer nos dias do ENEM, ou seja, 17 e 24 de janeiro.
Em defesa da vida e dos direitos da classe trabalhadora!
Vacinação já para todas e todos!
Que nenhuma vida seja posta em risco!
Em defesa da educação!
Fontes: ANDES-SN e Fonasefe
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