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Henrique Pereira: “A Ufam produz avanços, mas não os incorpora”



Candidato a reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela chapa “Renova Ufam”, o professor Henrique Pereira, da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), abre a série de entrevistas concedidas pelos três reitoráveis ao site da Adua. Com 27 anos de magistério, Pereira pretende utilizar a experiência, caso seja eleito, para reverter um dos principais problemas da Universidade: a falta de condições infraestruturais para a prática do ensino, pesquisa e extensão. Nesta entrevista, Pereira falou sobre a necessidade de renovação da Ufam que, no próximo dia 27 de março vai às urnas renovar ou reafirmar sua administração superior.

- O que o motiva a concorrer à Reitoria da Ufam?

Há na instituição um grupo de professores, técnicos-administrativos e estudantes que, ansiavam por uma alternativa nessa consulta eleitoral da Universidade. Esse grupo cresceu, os nomes do professor José Luiz Pio (candidato a vice-reitor) e o meu foram surgindo e, nós fomos ‘convocados’ a organizar uma proposta.

- Quais as principais propostas da chapa “Renova Ufam”?

Nós partimos de princípios, de eixos estruturantes e, trazemos uma proposta para a Universidade. Ela está estruturada em áreas temáticas começando pelo ensino da graduação, pós-graduação, passando pela questão da pesquisa e inovação tecnológica e indo para a extensão universitária. Nós temos também uma proposta para a administração, para o planejamento e desenvolvimento institucional, para os assuntos estudantis e comunitários. Ou seja, cobrindo todas as áreas de atuação da gestão universitária.

- A projeção de espaços didáticos de uso coletivo e tecnologicamente atualizados figura entre as metas da chapa. Na sua opinião quais são as causas da estagnação infraestrutural da Ufam, nos últimos anos?

Na parte da infraestrutura, nós percebemos que há avanços tecnológicos de objetos, técnicas e aparatos de apoio a atividade de ensino e aprendizagem que a Universidade não incorporou. Nós somos contraditoriamente uma instituição que produz avanços, mas não os incorpora e, isso é uma questão que nós levamos muito a sério. Não vamos chamar isso de modernização, mas sim de uma adequação ao momento da sociedade de informação no qual vivemos.

- Quais seriam as causas dessa não incorporação?

A Universidade ao mesmo tempo que é uma instituição de vanguarda, guarda também uma prática conservadora. Em grande parte, penso que há uma falta de visão sobre a necessidade de formação contínua dos professores. Nós temos 27 anos de magistério e inexiste na Ufam uma política que estimule o professor a se atualizar nas tecnologias.

- Caso a chapa “Renova Ufam” vença, quais serão as medidas prioritárias durante os primeiros cem dias de gestão?

Nós precisamos ter uma cultura de planejamento perpassando todos os espaços da Universidade, então mesmo durante uma fase de transição nós iremos elaborar junto aos setores um diagnóstico emergencial que, irá pautar as ações necessárias para os primeiros cem dias. Isso só será possível quando na condição de eleitos pudermos partir para o processo de transição. Neste momento, o que nós temos são diagnósticos parciais com base em documentos e visitas às unidades.

- Qual o cenário parcial?

Vemos novamente a questão infraestrutural que para ser resolvida depende de um planejamento imediato de revisão dos contratos que a Ufam tem, assim como a elaboração dos inexistentes. Nós temos também questões na área de segurança que, precisam ser resolvidos talvez com medidas emergenciais e, essa é uma situação importante e particularmente sensível que será novidade para o funcionamento da universidade no período noturno e que pode ser sanada com a ampliação da iluminação e da vigilância patrimonial.

- No ano passado, os docentes das instituições federais de ensino paralisaram suas atividades motivados pela busca de melhorias salariais e valorização da carreira. Quais são as propostas para os professores?

O movimento docente tem a sua pauta muito bem estabelecida e, como reitoria nosso campo de atuação política é junto a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e, claro como interlocutores também junto ao Ministério da Educação. Nós somos totalmente favoráveis que haja uma política de valorização do trabalho docente, técnico-administrativo e educacional e, vemos a manifestação do direito de greve como um quesito a ser assegurado.

Fonte:
ADUA



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