Pressionado por cobranças diante da total falta de planejamento para a vacinação dos brasileiros contra a Covid-19, Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, realizaram uma cerimônia, na quarta-feira (16/12), para apresentar o plano nacional de imunização, mas, sem informar quando os/as brasileiros/as poderão se vacinar contra o coronavírus. Na ocasião, o mascote Zé Gotinha, de máscara, se recusou a apertar a mão de Bolsonaro que estava sem máscara.
Executado por determinação Supremo Tribunal Federal (STF), o plano foi entregue, na semana passada, pelo governo. No documento, o governo promete a entrega de vacinas aos Estados em até cinco dias após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não há qualquer previsão de início da vacinação.
O governo também afirma que a vacinação deve ser concluída em 16 meses, sendo quatro meses para vacinar os grupos prioritários. Conforme o governo, 51 milhões de pessoas serão vacinadas nessa etapa, o que exigirá 108, 3 milhões de doses, uma vez que são necessárias duas doses para a completa imunização. Para imunizar a população em geral, seria necessários mais 12 meses.
O texto cita que o Brasil firmou “memorandos de entendimento, que expõem a intenção de acordo” para aquisição de vacinas da Pfizer/BioNTech; Janssen; Instituto Butantan; Bharat Biotech; Moderna e Gamaleya. Na prática, segue a situação denunciada por cientistas, entidades de saúde e especialistas: o governo se atrasou no planejamento para aquisição de vacinas e agora corre atrás do prejuízo, após críticas e pressão política.
Com registro de 183.735 mortes pela doença e 7.040.608 de contaminados no Brasil, o ministro da saúde disse que cobrança por vacina é “ansiedade”. “Vamos levantar a cabeça. Acreditem. O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra quê essa ansiedade, essa angústia?”, disse.
O dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, denuncia a política genocida de Bolsonaro. “É muita cara de pau desse governo. O Brasil, de fato, tem o SUS e o maior programa nacional de imunização do mundo. O problema é este governo de ultradireita, de Bolsonaro e de Mourão, que está no poder no país e que até agora não propôs um plano de detalhado para vacinar toda a população, pois além de adotar uma política genocida desde o início da pandemia, é muito incompetente. Não há sequer insumos, como seringas e agulhas, como já vem sendo denunciado”, denuncia.
Foto: Gabriela Biló/ Reprodução
Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA
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