Em plena segunda onda de crescimento dos casos de Covid-19 e dando prosseguimento a sua política genocida, o governo Bolsonaro determinou, por meio da Portaria n° 1.030, publicada no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (02/12), o retorno às aulas presenciais nas instituições federais de ensino superior. A retomada em janeiro de 2021 tende a acarretar um aumento exponencial dos casos de infecção e morte pela doença e no colapso do sistema de atendimento de saúde.
O presidente da ADUA, Marcelo Vallina, afirmou que o sindicato é totalmente contrário. “Mais uma vez o governo Bolsonaro tenta destruir a universidade pública, professores, professoras, técnicos e técnicas administrativos e estudantes. Justo em meio a uma segunda onda da Covid, ele quer que voltemos às aulas presenciais, justamente quando se anuncia no mundo e especificamente no Brasil o aumento significativo da pandemia, quando não há planejamento para vacinação, agora o governo não só quer acabar com a educação pública, mas também com a vida de professores e professoras, por isso somos totalmente contrários e vamos acessar todas as áreas possíveis contra essa política genocida”, disse.
A diretoria do ANDES-SN afirmou que considera a portaria coerente com a postura negacionista do governo federal, que durante todo o ano de 2020 trabalhou em favor do vírus e contra a saúde de todos os brasileiros. Nega a ciência e desarma e mina todos os esforços para mitigar a disseminação do vírus em nossa sociedade. "Defendemos a vida. Defendemos a ciência. Não aceitaremos imposição de retorno por parte de um governo que menospreza a gravidade da pandemia (...) Conclamamos os Conselhos universitários a desconsiderar o teor da portaria e planejarem as atividades do próximo semestre obedecendo as recomendações da ciência e orientados pelo objetivo de manter a comunidade acadêmica em total segurança". Leia a nota da Diretoria de repúdio à portaria nº 1030/2020.
O presidente da Associação Nacional Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), Edward Madureira, também se posicionou contra a portaria que atenta contra a vida, a saúde e a dignidade da pessoa humana. “Perplexidade total com essa portaria (...) internamente já estamos estudando todas as possibilidades no âmbito da autonomia universitária, de nossos marcos legais internos e da legislação para avaliarmos as medidas relativas a essa portaria. Minha primeira avaliação é de que essa medida é um absurdo do ponto de vista de saúde e de violação da autonomia universitária”, afirmou.
Leia a Portaria na íntegra aqui
Foto: UESLEI MARCELINO/Reprodução
Fonte: ADUA com informações da ADUNB e Andifes
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