Na avaliação da presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira, o VI Encontro Intersetorial do Andes-SN, realizado no último fim de semana, atingiu seu objetivo, que era aprofundar a análise sobre a atuação do Sindicato frente aos ataques sofridos pelos docentes dos três setores que fazem parte do Sindicato (estaduais/municipais, federais e particulares) e subsidiar o plano de lutas a ser votado no próximo congresso da categoria, que acontece no Rio de Janeiro em março de 2013.
"Conseguimos fazer o que nos propusemos e as análises e os caminhos apontados aqui vão no sentido de fortalecer o Sindicato para enfrentarmos aos desafios as ameaças impostas”, avaliou. O VI Encontro Intersetorial reuniu 126 participantes, de 50 seções sindicais. Além dos paineis e das discussões nos grupos de trabalho, foram acolhidas moções de apoio.
Os paineis foram realizados na sexta-feira (9) e na manhã de sábado (10) e tiveram como tema, respectivamente, “A luta em defesa da liberdade de organização sindical” e “os desafios da defesa e da construção do ANDES-SN a partir do último ciclo de mobilizações”. Na tarde do sábado, os representantes das seções sindicais relataram experiências de mobilização.
Na noite de sábado e manhã de domingo ocorreram as reuniões dos grupos de trabalho, em que docentes dos setores das instituições federais, estaduais, municipais e particulares de ensino superior discutiram as estratégias de ação do Sindicato e organização do trabalho de base.
O material produzido pelos três grupos de trabalho foi apresentado na plenária final e será sistematizado pela diretoria do Sindicato, que enviará em breve o texto para todas as seções sindicais e dará ampla divulgação ao que foi proposto. “As discussões realizadas aqui vão respaldar e subsidiar a diretoria na elaboração do plano de lutas, a ser proposto para o próximo Congresso. Também ajudarão nas trabalhos dos GT e das coordenações dos setores”, enfatizou Marinalva.
Consignações
Antes da realização da plenária final, o secretário-geral do Andes-SN, Márcio Oliveira, explicou como estão os processos de recadastramento e cadastramento das seções sindicais em relação à consignação em folha do desconto das mensalidades dos sindicalizados. A Assessoria Jurídica Nacional, que presta serviços jurídicos ao Sindicato, está acompanhando esses processos, mas está havendo uma burocratização muito grande por parte do governo, o que está retardando os processos. A diretoria vai solicitar uma reunião com o setor responsável pelas consignações, no Ministério do Planejamento, com o objetivo de tentar agilizar os recadastramentos e cadastramentos.
No encerramento do VI Encontro Intersetorial, Marinalva destaco u que as dificuldades impostas pelo Ministério do Planejamento são aparentemente técnicas, mas têm “um teor político”. A saída para superar esses entraves está no fortalecimento do Sindicato, “e para isso temos de voltar para nossas seções sindicais e conversarmos com os professores”, defendeu. “O nosso desafio central é fortalecer o nosso sindicato e com ele forte, defenderemos uma educação de qualidade, que significa professores valorizados”, argumentou.
Marinalva disse, ainda, que antes do VI Encontro Intersetorial foi realizada uma reunião de toda a diretoria do Sindicato. “Fizemos um balanço da gestão e deliberamos onde precisamos aprimorar nossa atuação. Ficou decidido, por exemplo, que vamos fortalecer o trabalho das diretorias regionais, sempre num trabalho conjunto com as seções sindicais”, informou.
Moções
A plenária do encontro também acolheu, consensualmente, três moções. A primeira em apoio aos professores da Escola de Serviço Social da Unirio, que decidiram não começar o próximo semestre letivo enquanto não for dada uma solução para a contratação definitiva dos professores. Eles pedem concurso público para professor efetivo, já que hoje mais da metade do quadro docente é formado por temporários.
A segunda moção foi em solidariedade em professores da educação básica e contra os governadores que ajuizaram ação do Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando o fato de 1/3 da carga horária desses professores ser destinada para a qualificação. Cópia dessa moção será enviada ao Ministério Público da União, ao Ministério da Educação, à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e às comissões de educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O VI Encontro Intersetorial também aprovou uma moção em solidariedade ao professor Vicente Neves da Silva Ribeiro, da Universidade Fronteira Sul, que está sofrendo dois processos administrativos disciplinares (PAD) por ter questionado, no Conselho Universitário, a decisão da reitoria de criar um curso de medicina na instituição sem consultar o Conselho. “Como não tem maioria no Conselho, a reitoria tem usado os PAD para intimidar as posições contrárias”, explicou o 2º Secretário do ANDES-SN, Paulo Rizzo. Essa moção será enviada para a Andifes e o MEC.
Fonte: Andes-SN |