Ameaças, assédio moral contra docentes e estudantes, evidências de desvios de verba, improbidade administrativa, corrupção e superfaturamento de obras são apenas alguns dos fatores que compõem o quadro descrito pelos diretores do ANDES-SN que foram a Porto Velho (RO) apoiar a greve do professores e estudandes da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
Josevaldo Cunha, vice presidente da regional Nordeste II e coordenador do Setor das Federais (Ifes), e Amecy Souza, 1º tesoureiro da regional Norte I, foram convidados pelo comando de greve da UNIR para participar na última quinta (29) e sexta-feira (30) das atividades do movimento grevista, entre estas um debate sobre o Reuni, a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública já e de assembleias e reuniões do comando de greve.
Segundo Cunha, o Sindicato Nacional foi participar das atividades e afirmar apoio ao movimento docente da Unir, respeitando a dinâmica e as instâncias locais, bem como apoio às reivindicações da pauta específica da categoria e além de reforçar o posicionamento do movimento contra o “descalabro político-administrativo instalado na gestão da Unir”.
“A participação da representação da diretoria do ANDES-SN, a convite do Comando de Greve (CG), teve o objetivo de contribuir para o fortalecimento e construção de alternativas de sustentação e continuidade do movimento grevista em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade; da melhoria das condições do trabalho acadêmico e de defesa da democracia na universidade. Houve a solicitação de que o ANDES-SN também articule uma atuação junto aos órgãos do governo federal, como o MEC e a Casa Civil, pressionando para que sejam apuradas as denúncias contra a reitoria da Unir”, relatou o vice-presidente regional Nordeste II.
O ANDES-SN irá dar encaminhamento às demandas do CG da Unir e já solicitou uma reunião com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir a situação insustentável da universidade de Rondônia.
De acordo com Cunha, praticamente todas as obras do Reuni na Unir estão inacabadas. “Há denúncias de desvios de verbas, que foram enviadas pelo Governo Federal, mas que aparentemente não são aplicadas nas finalidades para as quais foram destinadas. A construção do hospital universitário, prevista para demorar 6 meses, foi iniciada há quase três anos e ainda não está concluída, assim como o teatro universitário e laboratórios acadêmicos”, conta.
O diretor do ANDES-SN relatou ainda que durante uma reunião ampliada realizada pelos docentes com participação tanto do CG quanto da diretoria da Associação dos Docentes da Unir, ficou definido que todas as atividades relativas à paralisação – tanto a agenda da greve quanto a convocação de reunião e de assembléia geral e direção do movimento - serão de responsabilidade do comando de greve, respeitando os regimentos do sindicato e o método democrático de decisão já consolidado na história do ANDES-SN.
Foi definida uma agenda com atividades político culturais para a próxima semana, buscando envolver os docentes dos campi da Unir (em Porto Velho e em seis cidades no interior do estado) e também a sociedade civil para fortalecer ainda mais a greve.
“Esse movimento já está incomodando e ganhando apoio da mídia e da sociedade. No entanto, existem várias iniciativas, de características autoritárias e intimidatórias, por parte da reitoria na tentativa de desacreditar o movimento e gerar discórdia. Mas há uma grande disposição de luta por parte dos professores e dos estudantes”, avalia Cunha.
Fonte: ANDES-SN |