O ANDES-SN repudia as declarações do Ministro da Educação, pelo seu caráter discriminatório e criminoso, já que reproduziu falas LGBTIfóbicas. É notório que o governo Bolsonaro tem como base ideológica a lgbtifobia, a misoginia e o racismo, tão reforçados pelos grupos fundamentalistas cristãos e seus líderes fanáticos. Em vez de independente da sua posição religiosa, respeitar a laicidade do Estado Brasileiro, assegurada pela Constituição Federal de 1988, tenta utilizar dos aparatos do Estado para criminalizar e perseguir a comunidade LGBTQIA+.
Desde o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, passando por Abraham Weintraub, Carlos AlbertoDecotelli, e agora Milton Ribeiro, o Ministério da Educação (MEC)se tornou um lugar onde o que menos existe é Educação. Um gabinete paralelo de ódio e intolerância foi instaurado, com publicações de fake news, ataques contra Universidades, Institutos Federais e Cefet, comtentativas de cerceamento da liberdade de expressão e autonomia docente, visando acabar com a diversidade social, cultural, étnica, credo, identidade de gênero e de orientação sexual, que tanto defendemos nos espaços de ensino, pesquisa e extensão.
No mais recente ataque odioso e preconceituoso, o ministro da educação, Milton Ribeiro, associou a homossexualidade como resultado de “famílias desajustadas”. As declarações abomináveis do ministro da educação, além de homofóbicas, relacionando a homossexualidade à doença ou ainda “opção”, coloca a escola enquanto um espaço excludente, de reprodução de discriminações e violência. Ribeiro evidencia seu descaso diante da população quando exime o MEC e o governo federal da responsabilidade sobre as inequidades existentes no país.
O Brasil é o país onde mais são mortas pessoas LGBTQIA+ por crimes de ódio. Declarações como a do referido ministro reforçam essa vergonhosa estatística. Lembramos que, desde 2019, a homofobia e a transfobia são crimes no Brasil, de acordo com decisão do STF.
Cabe lembrar, ainda, que os setores fundamentalistas e preconceituosos do governo, definem por família apenas aquele núcleo familiar tradicional, homem, mulher e filho(a), desconsiderando que, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD)de 2005, esse arranjo familiar tradicional já era inferior a 50%, no Brasil. Além disso, utilizam do Estado para atacar e discriminar outras tantas formas de arranjos familiares hétero ou homoafetivos.
O ANDES-SN repudia a LGBTIfobia do ministro da educação, se solidariza com a população LGBTQIA+ e reafirma o seu papel no combate contrato das as formas de opressão e humilhação.
Brasília (DF), 25 de setembro de 2020Diretoria Nacional do ANDES-SN
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