Começa nesta sexta-feira (19), na cidade do Crato (CE), o I Seminário Nacional do Andes-SN sobre Diversidade Sexual, que terminará no sábado (20). O evento foi deliberado durante o 31º Congresso do Sindicato Nacional, em Manaus, e vai debater os problemas que afetam a comunidade LGBT. Os debates ocorrerão no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri.
“Com esse seminário buscamos dar visibilidade para questões como a exclusão social, novas configurações sociais e saúde pública da comunidade LGBT”, explica o 2º vice-presidente do ANDES-SN, Gean Santana, que é um dos organizadores do evento.
A primeira mesa do seminário, na manhã do dia 19, terá como tema “Sujeitos na diversidade sexual: Acesso e permanência na educação. Profissionalização e mercado de trabalho. Travestilidade: exclusão e risco social.” Os palestrantes serão os professores Luma Andrade, militante da causa LGBT e primeira travesti doutora da Brasil, e Fábio Pessanha Bila, professor da UESC.
A segunda mesa, na tarde do dia 19, debaterá “Movimentos sociais, direitos e configurações familiares. PL 122/2006. Conjugalidade: casamento gay e união civil. Parentalidade: novas configurações. Contribuições dos movimentos sociais.” Falarão sobre esse tema o professor Wilson Tenório e o juiz carioca Lindomar Darós, que também é professor da Uerj.
“Saúde pública: vulnerabilidade, acesso e assistência. Políticas públicas de saúde. Assistência psicossocial aos principais agravos LBGT (suicídio, depressão etc.). Acesso ao sistema público de saúde”, é o tema da terceira mesa, prevista para começar às 17h30 do dia 19. Os palestrantes serão a professora da UFC Camila Casto e o professor Glauberto Quirino, da Urca.
A última mesa, na manhã do dia 20, debaterá o tema “Educação e diversidade sexual: Formação profissional e continuada. Diversidade na educação básica. Enfrentamento da homofobia nos espaços de educação formal.”. Os palestrantes serão os professores Anderson Ferrari (UFJF) e Helena Altman (Unicamp). Na tarde do dia 20 haverá a realização de grupos de trabalho e a consolidação das propostas apresentadas.
Violência contra homossexuais
Para o Andes-SN é importante a sociedade enfrentar a discriminação contra a comunidade LGBT e, com isso, reduzir a violência contra esse grupo social. De acordo com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, no ano passado foram registradas 1.259 denúncias, no Disque 100, de violências contra gays. As denúncias foram feitas de forma anônima e repassadas para as polícias e governos locais.
De acordo com o Grupo Gay da Bahia, que, desde 1970, faz um levantamento diário na imprensa, em 2011 ocorreram 266 homicídios de gays, lésbicas e homossexuais. De acordo com o GGB, este foi o 6º ano consecutivo de aumento no número de homicídios contra os homossexuais.
Na estatística de 2012, o GGB deve incluir o assassinato, no dia 5 de janeiro, do antropólogo e professor Cleides Antônio Amorim, 42 anos, que coordenava o curso de Ciências Sociais na Universidade Federal de Tocantins, foi vítima fatal de um crime de caráter homofóbico, na cidade de Tocantinópolis (TO).
Segundo dados do Giama (Grupo Ipê Amarelo de Conscientização e Luta pela Livre Orientação Homossexual), desde 2002 o estado do Tocantins computou 25 crimes com características de homofobia.
Fonte: Andes-SN |