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Comunidade acadêmica se manifesta contra a privatização do HUGV



Professores e técnicos administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) denunciaram, durante coletiva de imprensa, o processo de privatização pelo qual o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) passará, caso a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assuma a sua gestão. A coletiva ocorreu na manhã desta quarta-feira (3), no auditório Dr. Zerbini, da Faculdade de Medicina.

O presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), José Belizario, explicou que o Ebserh é uma empresa criada pelo Governo Federal para administrar os Hospitais Universitários (HUs) de todo o País a partir de 2013. Até este mês, 12 universidades aprovaram mudança de administração em seus HUs. “Somos totalmente contra porque isso acabará com a autonomia da Ufam dentro do HUGV, não existirá mais concurso público para o corpo técnico do hospital, bem como estudantes e a sociedade vão perder um centro de referência de pesquisa”, explicou o professor.

O presidente da Adua ressaltou, ainda, que, caso aprovada a mudança, todas as decisões sobre o funcionamento do HUG, inclusive suas pesquisas, serão definidas pelos gestores da Ebserh. “Os estudantes de Medicina, por exemplo, perderão um espaço para suas aulas práticas e pesquisas, pois vão depender se a administração da Ebserh vai ou não abrir espaços para os universitários”, reforçou.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Viana, que também esteve presente na coletiva, o novo sistema administrativo do HUGV retira do mercado um campo de trabalho estável para o trabalhador da saúde. “Como é que esse profissional vai se comprometer a realizar projetos de longa duração para hospitais, como pesquisas, por exemplo, sabendo que a qualquer momento pode ser demitido, pois seu contrato é no regime da Consolidação das Leis do Trabalho?”, indagou. “Além disso, esse trabalhador não terá garantia trabalhista nenhuma, pois os contratos serão temporários por dois anos e prorrogáveis por mais dois. Isso é a precarização do HUGV”, completou.

A coordenadora de Comunicação e Formação Sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Crizolda Assis, relembrou que, desde 1980, a Ufam está sem realizar concurso público para o HUGV. “Temos um déficit de 400 servidores que hoje trabalham em regime temporário. Além disso, dos 600 concursados que o hospital tem, metade já está prestes a se aposentar”, declarou.  

A implantação ou não da Ebserh no HUGV será definida em votação durante uma reunião do Conselho Universitário da Ufam (Consuni), que ainda não tem data prevista. “Vamos realizar um ato público ainda este mês para chamar a atenção da sociedade sobre esse tema”, avisou José Belizário.

A coletiva de imprensa é parte do calendário de atividades do “Dia Nacional de Luta contra a Privatização dos Hospitais Universitários” realizado, em todo o País, neste dia 3 de outubro. A iniciativa é da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, com apoio do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

A data também marca a primeira atividade pública do Comando Local de Mobilização (CLM), criado em substituição ao Comando Local de Greve (CLG), com a suspensão unificada do movimento paredista dos professores federais no dia 17 de setembro.

Fonte:
Adua



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